A socialite Maria Cristina Mendes Caldeira, ex-mulher do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que renunciou ao mandato de deputado federal para fugir da cassação, está detida na delegacia de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Mendes Caldeira foi detida em frente ao comitê eleitoral de Valdemar, em Mogi, depois de discutir com policiais. Ela chegou ao comitê de Valdemar por volta das 11h e, juntamente com outras 50 pessoas e assessores, começou a lavar a frente do comitê, usando baldes e vassouras, dizendo que estava lavando a corrupção do local.
Valdemar foi acusado por ela na Comissão de Ética da Câmara de receber dinheiro de Delúbio Soares e também de ter intermediado o recebimento de US$ 2 milhões do governo de Taiwan para a campanha de Lula em 2002, dos quais ele ficou com R$ 1 milhão. Valdemar chegou a confessar que recebeu do PT R$ 6,5 milhões para campanhas de seus aliados em 2004, e não os R$ 10 milhões que é acusado de ter recebido. Para não ser cassado, Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato no dia 1 de agosto de 2005. E também deixou a presidência nacional do PL, partido pelo qual se candidatou agora novamente a deputado federal.
Maria Cristina também é candidata a deputada federal pelo PV e está em Mogi das Cruzes em campanha eleitoral neste sábado, exatamente no reduto do ex-marido que ela denunciou como político que usa dinheiro do caixa dois para enriquecer. Foi cutucar "leão com vara curta" como se diz no jargão popular.
Durante a lavagem da frente do comitê de Valdemar, Maria Cristina Mendes Caldeira e sua turma acabaram batendo boca com correligionários de seu ex-marido, quando chegou um grupo de seguranças do comitê de Valdemar. Um deles, que seria policial civil, puxou uma arma e ameaçou atirar. A PM foi chamada para conter o tumulto. Na confusão, Maria Cristina discutiu com um PM e recebeu voz de prisão por desacato a autoridade. Apesar de não poder ser presa por causa do período eleitoral, Maria Cristina foi algemada e levada para a delegacia de Mogi das Cruzes, onde está prestando depoimento para o delegado de plantão.
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