Em depoimento à CPI dos Bingos, o economista Paulo de Tarso Venceslau denunciou que o esquema de caixa dois do PT teve início há 13 anos nas prefeituras do interior de São Paulo. Segundo ele, o esquema foi posto em prática pela Consultoria para Empresas e Municípios (CPEM), empresa que pertence a Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Venceslau, que foi expulso do PT em 1998 após fazer as denúncias, a empresa procurava os prefeitos petistas oferecendo serviços para melhorar a arrecadação do ICMS, mas o lucro não era contabilizado, sendo repassado ao partido. A arrecadação do ICMS é feita pelo estado, mas parte é repassada aos municípios.
O economista apresenta como principal prova uma sindicância interna feita pelo próprio PT que apontaria os indícios da fraude. Venceslau acusa o atual presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, a quem comparou ao ex-tesoureito do PT Delúbio Soares, como o principal arrecadador do esquema.
- Ele era o arredacador, apesar de na época de não ser nada no PT, de não ter cargo no PT. Ele está mais para Delúbio do que para Marcos Valério. Circulava arrecadando dinheiro que nunca foi contabilizado nas prefeituras - afirmou.
O economista disse que relatou as irregularidades às principais autoridades petistas à época, entre elas José Dirceu, José Genoino e Lula, a quem diz ter enviado uma carta registrada em cartório.
CELSO DANIEL - Também nesta terça-feira, a CPI dos Bingos decidiu ouvir na próxima semana o médico-legista Paulo Vasques, autor de um laudo que conclui que o prefeito de Santo André Celso Daniel foi "brutalmente torturado" antes de ser assassinado, no início de 2002. A convocação de Vasques foi aprovada no ano passado, mas a divulgação do novo laudo antecipou sua ida à CPI.
Vasques era auxiliar do também legista Carlos Delmonte Printes, que fez um laudo concluindo que Celso Daniel foi torturado, resultando na reabertura das investigações do caso. Vasques, que assumiu o caso após a morte de Demonte, pediu a exumação do corpo de Celso Daniel.
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