O ex-prefeito de Maringá, Jairo Moraes Gianoto, foi preso pela Polícia Federal na tarde de ontem no centro da cidade. Ele foi condenado pelo juiz da Vara Federal Criminal, Raphael Cazelli de Almeida Carvalho, a 14 anos de prisão por desvio de verba pública, sonegação fiscal e formação de quadrilha. A sentença anunciada na manhã de ontem também pede a prisão do ex-secretário de Fazenda, Luis Antônio Paolichi, de 50 anos, condenado a 12 anos e seis meses de prisão.
Uma equipe da Polícia Federal passou o dia de ontem à procura de Paolichi. O ex-secretário está em liberdade condicional e deveria voltar para casa antes do anoitecer, após sair do trabalho. Ele é acusado de participar de desvios de cerca de R$ 100 milhões em três gestões Ricardo Barros, Said Ferreira e Jairo Gianoto.
Também foram condenados: a esposa do ex-prefeito, Neuza Aparecida Gianotto (sete anos de prisão em regime semi-aberto), os funcionários públicos Jorge Sossai e Rosimeire Barbosa (a nove anos em regime fechado), além do empresário Jorge Sanches Ouverney (cinco anos em regime semi-aberto).
Gianoto foi prefeito de Maringá entre 1997 e 2000 e foi preso após realizar exames médicos em um hospital. Ele se feriu no tórax e nas pernas em um acidente automobilístico em rodovia próxima a Embaú na semana passada, quando se dirigia para Curitiba com familiares para participar da formatura de uma sobrinha. Ele está com a perna esquerda imobilizada, sem poder colocá-la no chão, e divide uma cela na delegacia da PF com outros presos. O advogado de Gianoto, Odair Moreschi, tentou ontem a remoção do ex-prefeito para uma clínica ou hospital. "Ele precisa de cuidados especiais", justificou. Nenhum pedido formal foi protocolado até o final da tarde na Vara Federal Criminal de Maringá solicitando a remoção. O advogado comentou que o ex-prefeito alternava residência entre Maringá e a fazenda em Mato Grosso, que não sabia da atual situação financeira do cliente. Gianoto acusa Paolichi pelos desvios na prefeitura, alegando não saber o que acontecia.
Paolichi foi preso em Santa Catarina em 2000 após fugir para a Itália. Ele foi condenado em outro processo a 11 anos e oito meses e foi solto no ano passado em liberdade condicional, por ter cumprido um terço da pena. "Quero ficar a par da sentença antes de tomar as providências", disse o advogado Moisés Zanardi, que representa o ex-secretário, em posse da cópia do documento com 96 páginas. O advogado disse que iria tentar um habeas-corpus para seu cliente, que deveria se apresentar somente no início da próxima semana. Paolichi é considerado foragido da polícia por não ter se apresentado. Ele ainda responde a outros dois processos em instância estadual.
Além da prisão, também foi decretado o seqüestro de bens de Jairo Gianoto, entre eles propriedades rurais em Mato Grosso e máquinas colheitadeiras, que devem ficar em poder do município de Maringá. De acordo com a sentença, "ficou comprovado nos autos que os valores desviados dos cofres públicos do município de Maringá foram utilizados para a aquisição de propriedades rurais bem como a realização de obras e a compra de equipamentos agrícolas".
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