O ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos admitiu nesta terça-feira, na CPI do mensalão, a prática de caixa 2 na campanha da ex-governadora Benedita da Silva à reeleição, em 2002. Santos, tesoureiro da campanha petista à época, afirmou que depois da eleição, em que Benedita foi derrotada pela governadora Rosinha Matheus, teve de recorrer à direção nacional do partido para saldar dívidas reclamadas por fornecedores e prestadores de serviços, que somavam R$ 170 mil, de acordo com seu relato. Parte desse débito foi paga com recursos sacados das contas do empresário Marcos Valério Fernandes, o operador do mensalão.

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- Não houve retificação desses gastos à Justiça eleitoral - disse Santos à comissão.

Filiado ao PT desde a fundação do partido, Santos disse que foi escolhido pela unanimidade do partido no Rio para assumir o cargo de presidente da Casa da Moeda. Quando os credores de benedita começaram a pedir dinheiro, Santos disse que já sabia que ocuparia o posto. Por isso, preferiu encarregar outro companheiro da tarefa de procurará-los e negociar com o então secretário de finanças do PT Delúbio Soares os pagamentos. Segundo Santos, só depois de quitada parte da dívida ele soube que o dinheiro viera de Valério.

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Santos, no entanto, negou ter recebido os R$ 2.676.660,67 que Valério informou à CPI ter repassado ao petista em pelo menos quatro pagamentos. Santos só reconheceu o primeiro deles, de R$ 100 mil, feito em 19 de agosto de 2003. Os outros ocorreram em 15 de janeiro de 2004 (R$ 373.660,07), entre 26 e 30 de abril do mesmo ano (R$ 750 mil), e o maior deles em 5 de junho de 2004 (cerca de R$ 1,5 milhão).

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