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SÃO PAULO - O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso no último dia 28 na Operação Lava-Jato, resistiu à prisão, ameaçou que “meteria bala” caso os policiais federais arrombassem a porta do quarto onde estava trancado e “partiu para cima” de um agente federal depois que o delegado da Polícia Federal responsável pelo cumprimento do mandado de prisão deu dois chutes na porta para forçá-lo a abrir. Diante da situação, teve de ser imobilizado e algemado.

Vice-almirante da Marinha, Othon Silva estava dormindo quando a PF chegou na casa dele, na Barra da Tijuca, e pediu para que a empregada da casa fosse avisá-lo sobre o mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal do Paraná. Muito irritado, ele teria dito ser um vice-almirante da Marinha e que exigia ser tratado com respeito.

“Mesmo imobilizado algemado, senhor Othon Luiz Pinheiro da Silva continuou inquieto, gritando que não podíamos agir daquela forma, que ele é um vice-almirante da Marinha e que deveria haver no mínimo um vice-almirante da Marinha no local”. Só depois de ser acalmado pelo delegado federal o ex-presidente da Eletronuclear pode ficar sem as algemas e indicou, a pedido dos policiais, onde estavam suas armas. Foram localizadas várias. Uma pistola calibre 40 e um revólver calibre 38 foram deixados no local, pois tinham registro. Foram encontrados ainda um revólver Colt 357, uma Pistola Glock, calibre 9mm, um Taurus 38 e uma pistola Bayard, calibre 635 - os dois primeiros sem registro e os dois últimos, segundo Othon Silva, teriam pertencido a um cunhado já falecido.

Segundo a PF, havia vasta quantidade de documentos da Eletronuclear na casa dele, além de contratos envolvendo empresas e informações referentes à Operação Lava-Jato. No escritório dele também havia 45 mil em dinheiro, parte acondicionado numa mala, que Othon Silva diz ser para emergências e para pagamento de funcionários da casa. O dinheiro foi mantido no local, uma vez que a Justiça solicitou a apreensão apenas de valores superiores a R$ 100 mil.

Nesta quinta-feira, o juiz Sérgio Moro transformou a prisão temporária de Silva em prisão preventiva depois de serem encontradas provas de que ele teria recebido propina de contratos fechados pela Eletronuclear.

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