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Pérsio Arida entrou no Opportunity apenas um ano após deixar o BC | Valéria Golçalvez/AE
Pérsio Arida entrou no Opportunity apenas um ano após deixar o BC| Foto: Valéria Golçalvez/AE

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida em um dos inquéritos da Operação Satiagraha. Ele é acusado por suposta prática de gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha, na época em que foi um dos dirigentes do Opportunity Fund, do banqueiro Daniel Dantas. Arida foi diretor das companhias gestoras do fundo, a Opportunity Asset Manage­­­ment Inc. e a Opportunity Asset Management Ltda., no período de 1996 a 1999. Ele ingressou no Opportunity apenas um ano após ter deixado a presidência do Banco Central, em 1995.

Também foram indiciados sob a acusação de evasão de divisas 42 cotistas do fundo, segundo o inquérito. Entre os acusados estão o secretário estadual de Desenvol­­vimento e Promoção do Inves­­­timento do Rio Grande do Sul, Mauro Knijinik; o empresário Romeu Chap Chap; a dona da rede de confeitaria Amor aos Pedaços, Silvana Abramovay Marmont; e o sócio da casa de espetáculos HSBC Brasil Gladson Tedesco.

O inquérito da PF investigou o Oppor­­tunity Fund, sediado nas Ilhas Cayman. Ele participou das privatizações de estatais ocorridas no governo FHC (1995-2002), quando adquiriu, entre outros, a Brasil Telecom e o terminal de contêineres do Porto de Santos.

A legislação não permite que investidores residentes no Brasil tenham recursos nesse tipo de fundo, pois os rendimentos das aplicações na carteira estão isentos do pagamento de Imposto de Renda. Porém, segundo a investigação, administradores do fundo ofereceram a moradores do país a possibilidade de burlar as regras fiscais brasileiras, investindo na carteira.

De acordo com as apurações, ex-funcionários do Opportunity testemunharam que Arida coordenou as operações de captação do fundo trabalhando no escritório do Opportunity em São Paulo, e se reportava a Daniel Dantas e à irmã dele, Verônica.

O outro lado

Os indiciados pela PF negaram a prática de crimes. O advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende Persio Arida, afirmou que "Pérsio Arida não cometeu ne­­­nhum ato que pudesse ser considerado ilegal e tem plena convicção de sua inocência".

Romeu Chap Chap afirmou que já prestou depoimento sobre o caso à Comissão de Valores Mobilários e que o repetiu à PF. Segundo os depoimentos, Chap Chap diz que "nunca deteve cotas de fundos Opportunity no exterior". Antonio Ruiz Filho, advogado de Silvana Marmont, disse que não há provas no inquérito contra sua cliente. Gladson Tedesco disse que nunca fez aplicações no fundo Mauro Knijinik informou que não iria se manifestar.

A assessoria do Grupo Oppor­­tunity informou que em 2007 a 3.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro arquivou a investigação da PF sobre o Opportunity Fund "por falta de justa causa para a propositura de ação penal."

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