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Alexej Predtechensky oi presidente do Postalis entre 2006 e 2012. | Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Alexej Predtechensky oi presidente do Postalis entre 2006 e 2012.| Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

O ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky teve dificuldades de explicar, em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, por que o fundo de pensão dos funcionários dos Correios fez uma série de negócios considerados arriscados e danosos no período em que esteve à frente da instituição. Os negócios resultaram em prejuízos e deixaram a Postalis em dificuldades financeiras. Alexej foi presidente do Postalis entre 2006 e 2012 com o apoio do ex-ministro de Minas e Energia, o hoje senador Edison Lobão (PMDB-MA) e outros políticos do PMDB.

Pelas informações da CPI, o ex-presidente é alvo de 50 representações por supostas irregularidades em investimentos do Postalis. Alexej se complicou especialmente ao explicar a movimentação financeira na conta da Spectra Trust, uma offshore aberta por ele nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, em 2007, um anos depois de assumir o comando do Postalis. Alexej disse que abriu a offshore para comprar uma apartamento nos Estados Unidos, mas alega que nada tem a ver com a conta da empresa.

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O ex-presidente do Postalis alega que a conta foi aberta pelo amigo Fabrízio Neves à revelia dele. Fabrizio é investigado por fraudes no mercado de títulos dos Estados Unidos e com negócios suspeitos do Postalis. Relatório da Polícia Federal informa que só em 2007 a conta da Spectra Trust recebeu um depósito de US$ 1,5 milhão. A polícia suspeita que a conta foi usada para movimentar dinheiro desviado do Postalis. “Minha assinatura [para abertura da conta da offshore] foi falsificada”, disse Alexej.

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Numa tentativa de convencer os parlamentares de que estava falando a verdade, ele chegou a dizer que laudo de uma perita do FBI (a Polícia Federal americana) contratada por ele, dizia que a assinatura dele foi mesmo falsificada. Segundo o deputado Fernando Franscischini (SD-PR), o laudo não é conclusivo. A perita teria afirmado que a assinatura não seria mesmo, “salvo melhor juízo”. “Não existe laudo assim. O laudo diz é ou não é”, disse Franscischini.

O ex-presidente do Postalis confirmou à CPI que foi procurado duas vezes para fazer negócios com o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato. O último contato entre os dois teria ocorrido no início do ano passado, pouco antes de Youssef ter sido preso. Segundo ele, Youssef queria que ele o ajudasse na busca de aporte para a Marsans. Ele alega que o negócio com o doleiro não prosperou porque, naquele momento, estava fora do mercado.

Em depoimento à CPI da Petrobras ano passado, a contadora Meire Poza disse que Youssef buscou a ajuda do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para levar o Postalis a fazer um investimento da ordem de R$ 25 milhões na Marsans. O negócio não foi levado adiante porque, menos de uma semana depois da suposta conversa entre Youssef e Renan Calheiros, em março de 2014, o doleiro foi preso. Quando o caso veio a público, Calheiros negou que tenha tido qualquer conversa com Youssef.

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