Sérgio Guerra presidiu o PSDB de 2007 a 2012 e foi quatro vezes deputado federal, cargo que ocupava quando faleceu| Foto: Jose Cruz/ Agência Brasil

Repercussão

Dilma lamenta a morte; Câmara e Senado fazem homenagens

Das agências

A presidente Dilma Rousseff lamentou ontem a morte do deputado tucano Sérgio Guerra. Em nota, a presidente disse se solidarizar com a dor da família de Guerra. "Foi com pesar que tomei conhecimento da morte do deputado federal Sérgio Guerra. Aos amigos e familiares, solidarizo-me neste momento de dor", diz a nota da presidente.

O Senado fez um minuto de silêncio e suspendeu a sessão plenária de ontem em homenagem ao tucano. Senadores do governo e da oposição apresentaram votos de pesar pela morte de Guerra, que devem ser aprovados pelo Senado na semana que vem. Guerra foi senador entre 2003 e 2011. Na Câmara, uma sessão em homenagem ao ex-presidente nacional do PSDB reuniu deputados oposicionistas e governistas que destacaram sua capacidade de articulação no cenário político.

Com a morte de Guerra, a vaga na Câmara será ocupada por André de Paula, que é presidente do PSD em Pernambuco. Em 2010, o parlamentar disputou uma cadeira na Câmara pelo DEM, mas acabou ficando na suplência. Em 1999, assumiu pela primeira vez como deputado federal.

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Morreu ontem aos 66 anos, em São Paulo, o ex-presidente nacional do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra. Ele lutava desde 2012 contra um câncer na cabeça e no pulmão e havia sido internado há cerca de 20 dias com uma pneumonia. O quadro evoluiu e ele perdeu a capacidade respiratória. Guerra deixa quatro filhos.

Pernambucano, Severino Sérgio Estelita Guerra lidou desde cedo com problemas de saúde. Diabético, perdeu um rim aos 12 anos. Aos 60, teve parte do intestino delgado removido. Em 2012, retirou dois nódulos, um na cabeça e outro no pulmão, e soube que tinha câncer.

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Prestigiado no partido, presidia o Instituto Teotônio Vilela e o diretório do PSDB em Pernambuco. Foi ainda quatro vezes deputado federal. Coordenou as campanhas de Geraldo Alckmin, em 2006, e de José Serra, em 2010, à Presidência da República. De perfil conciliador, foi um dos principais artífices do acordo que levou o senador Aécio Neves (MG) a sucedê-lo no comando do PSDB.

Em 2010, defendeu publicamente que Serra e Aécio formassem uma chapa purosangue. O projeto naufragou. Neste ano, era um dos principais defensores da candidatura de Aécio à Presidência.

Num episódio controverso de sua trajetória, foi citado em 1993 durante a CPI dos Anões do Orçamento e inocentado pelo relator do caso. Em 2002, se elegeu senador. Em 2011, voltou à Câmara. De gosto refinado, era economista e pecuarista, criador de cavalos manga-larga. Colecionava gravatas importadas e gostava de ternos bem cortados. Tinha um cacoete: com frequência usava a palavra "hein" no final de suas das frases.

"Em meu nome, da minha família e do povo pernambucano, expresso minhas condolências aos familiares e amigos deste pernambucano que lutou todos esses anos para a construção de um Pernambuco melhor e de um Brasil mais justo", disse o governador Eduardo Campos.

Aécio Neves disse ter perdido um de seus "mais queridos amigos". "O Brasil perde um dos seus mais extraordinários homens públicos e a oposição, um dos seus principais líderes. Sérgio Guerra tinha características muito raras nos homens públicos de hoje. Perde a política e perco eu um dos mais queridos amigos que construí ao longo de toda a minha vida", afirmou.

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