Depois de recolhimento temporário, o ex-presidente Lula voltou a entrar de cabeça nas articulações pré-eleitorais e tomou para si a tarefa de negociar palanques para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente vem tentando agradar aliados e orientar o PT. Mas seus conselhos, no entanto, nem sempre são ouvidos. Um exemplo foi a saída do PSB do governo na semana passada.
Presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE) atribui ao ministro Aloizio Mercadante (Educação), braço direito de Dilma, e ao presidente do PT, Rui Falcão, a responsabilidade pelo processo de hostilização que o teria levado a entregar os ministérios da Integração Nacional e dos Portos, além de cargos de segundo escalão, e dar um passo concreto para o lançamento de sua candidatura à Presidência da República no ano que vem. "Agora vai cair a ficha lá que quem estava articulando isso jogou a presidente numa esparrela. Ela foi indo e quando viu estava na beira do boqueirão", disse Campos a correligionários após encontro com Dilma na última quarta-feira.
Enquanto Lula recomendava ao PT e à Dilma que não "satanizassem" Campos, de olho em uma aliança no provável segundo turno das próximas eleições, a presidente teria sido aconselhada por Mercadante, dirigentes do PMDB e Falcão a tirar do governo o ministro Fernando Bezerra, afilhado político de Campos. Na reunião da Executiva Nacional do PSB, na última quarta-feira, Bezerra disse que a gota dágua, que precipitou o desembarque do governo, foi a notícia, veiculada na imprensa na sexta-feira anterior, de que Dilma daria seu cargo para o PMDB.
Em conversas reservadas, integrantes do PT e do PMDB tentam jogar apenas para Campos a responsabilidade pela saída do PSB do governo. Eles afirmam que o governador de Pernambuco está tentando se vitimizar e que sua permanência no governo era insustentável, devido às críticas públicas à gestão Dilma e à discussão de aliança com o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG).
Contra-ataque
PT prepara estratégia para asfixiar o PSB
Agência Estado
O desembarque do PSB do governo de Dilma Rousseff levou o Palácio do Planalto e o PT a articular uma estratégia de asfixia dos palanques estaduais em formação ao redor da possível candidatura a presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O preço disso, porém, pode ser um menor número de governadores petistas eleitos em 2014. O motivo é que, com a saída do PSB, serão necessárias concessões aos aliados muito maiores dos que as previstas.
Pelos cálculos, o plano colocará o PT em dificuldades para manter seus atuais governos estaduais Acre, Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Sergipe. É dado como certo também que o PT não conseguirá eleger o governador de Sergipe e que terá dificuldades na Bahia e no Distrito Federal, onde o PDT deverá se aliar ao PSB do senador Rodrigo Rollemberg.
Também há dúvidas quanto à participação do PDT na aliança de Dilma, visto que estão adiantadas as conversações do partido com Campos. No auge da crise do PDT na semana passada, o presidente do partido, Carlos Lupi, teve uma longa conversa com Campos.
A aproximação do PSB de outros partidos da base aliada federal tem causado grandes apreensões no Planalto e no PT. Tanto é que a ordem é fazer de tudo para atrapalhar a formalização dos palanques do PSB com os aliados, além de afastar os petistas de alianças com o governador de Pernambuco.
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