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Monumento na Praça Rui Barbosa lembra paranaenses que foram perseguidos politicamente durante a ditadura | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Monumento na Praça Rui Barbosa lembra paranaenses que foram perseguidos politicamente durante a ditadura| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Monumento é inaugurado na Rui Barbosa

A programação foi encerrada com a inauguração do Monumento à Resistência e à Luta pela Anistia no Paraná. O evento ocorreu na Praça Rui Barbosa, especificamente no local onde funcionou o Quartel da Polícia do Exército que, durante a ditadura, funcionou como um centro de tortura.

É o segundo monumento erguido em homenagem às vítimas da ditadura no país. O primeiro foi inaugurado em maio em Belo Horizonte. Outras cidades, como São Paulo e Brasília, também terão monumentos.

Além dos membros da comissão, compareceram ao evento o prefeito Gustavo Fruet e o reitor da UFPR Zaki Akel.

No último dia de programação da 72ª Caravana da Anistia, em Curitiba, nesta sexta-feira (16), ocorreu uma sessão de homenagens póstumas a 25 ex-presos políticos e seus familiares. Entre os lembrados pela Comissão Nacional da Anistia estavam o ex-governador José Richa e o ex-prefeito de Curitiba Maurício Fruet, que atuaram no processo de redemocratização do país. O evento aconteceu no auditório da seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR).

José Richa era pai de Beto Richa (PSDB), atual governador do Paraná. Já Maurício Fruet era pai de Gustavo Fruet (PDT), atual prefeito de Curitiba.

"As pessoas que estão aqui e outras que não estão mais entre nós deixam lembranças difíceis de esquecer e que nem devem ser esquecidas. O país tem uma história que tem que ser sempre preservada, pois sempre temos a aprender com ela", disse o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, irmão de Beto. Ele recebeu, ao lado da mãe, Arlete Richa, o diploma em homenagem ao pai.

"O mês de agosto é muito marcante para nossa família: é o mês de aniversário do meu pai, do dia dos pais e o mês do falecimento dele também", declarou a secretária de Finanças de Curitiba, Eleonora Fruet, irmã de Gustavo. "Essa memória nos ajuda a lidar com os desafios diários da vida e mostra a história de pessoas que, em momentos adversos, foram fortes e corajosas. É para a gente ficar atento e não repetir os mesmos erros", completou.

"Se não fossem essas pessoas e outras tantas anônimas, possivelmente, essas manifestações nas ruas não estariam acontecendo, não teríamos liberdade, nem poder emanando do povo", disse o presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni(PV), que recebeu o diploma póstumo destinado ao seu pai, o primeiro reitor eleito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Riad Salamuni. O vereador também destacou a homenagem à jornalista e ambientalista Tereza Urban, que morreu em junho deste ano e foi perseguida durante o golpe militar.

Entre os lembrados no encontro estavam também José Lavéchia, Antonio dos Treis Reis de Oliveira, Régines Prochmann, Joaquim Pires Cerveira e Otto Bracarense. "As Caravanas [da Anistia] criaram um novo ambiente de superação da cultura do medo de se discutir o passado e permitiram os testemunhos das vítimas pudessem gerar uma onda de repúdio aos crimes de lesa humanidade no país", afirmou o secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão Nacional de Anistia, Paulo Abrão.

Julgamentos

Durante a tarde, os membros da Caravana julgaram oito processos de pessoas perseguidas politicamente em todo o estado do Paraná na época da ditadura. "São pessoas que pretendem obter indenizações em razões das perseguições sofridas. É mais uma indenização simbólica, que reconhece o pedido de desculpas formal do Estado Brasileiro pela prática das violações dos direitos humanos", disse o Procurador de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos.

São eles: Renato Carvalho Tapajós, Mário Luiz Antonello, Dácio Villar, Julio Cezar Covello Neto, Ariel Mujica de Paula, Anjor Mujica de Paula, José Antonio Fonseca, João Parizotto (requerido por Ceverino Luiz Parizotto) e Angelo Negri (requerido por Eloar Alves dos Santos Negri).

Apenas o processo de Mário Luiz Antonello teve pedido de vista e será incluído em nova sessão, ainda sem data marcada, segundo informações da assessoria da Comissão Nacional da Verdade. Os outros sete foram deferidos por unanimidade.

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