O deputado Alírio Neto (PPS), ex-secretário do governador José Roberto Arruda (sem partido), foi eleito, por quatro votos a um, presidente da CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O relator será Raimundo Ribeiro (PSDB), também ex-secretário de Arruda e corregedor temporário da Casa.
A comissão vai investigar denúncias de corrupção no governo do DF, inclusive o suposto esquema de pagamento de propina envolvendo parlamentares e o governador. O vice é o deputado Batista das Cooperativas (PRP), candidato único.
O deputado Paulo Tadeu (PT) disputou com Alírio a presidência da comissão. Antes da eleição, as deputadas Eliana Pedrosa (DEM) e Érika Kokay (PT) chegaram a discutir sobre a eleição. A petista pedia que a oposição pudesse ficar no comando da CPI. Pedrosa votou em Alírio. "[Ele] tem uma carreira de delegado, uma experiência investigativa, e também reúne as qualificações, embora reconheça que o deputado Paulo Tadeu tenha condições plenas."
Na hora da escolha do relator, a oposição sugeriu a realização de um sorteio. Após uma discussão sobre se o sorteio seria regimental ou não, Alírio Neto decidiu escolher Ribeiro como relator.
Afastamentos
O deputado distrital Geraldo Naves (DEM) leu, durante a sessão da CPI da Corrupção da Câmara Legislativa, um requerimento em que 11 deputados pedem o afastamento do vice-presidente da Casa, Cabo Patrício (PT), por causa de um processo de quebra de decoro que o parlamentar sofre.
Ao mesmo tempo, cinco deputados de oposição protocolaram outro pedido de afastamento do presidente Leonardo Prudente (sem partido) até que sejam concluídos os processos que tramitam contra ele.
Aliados dominam comissões
Os deputados distritais escolheram nesta segunda-feira (11) os membros das duas comissões que vão analisar os processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido). Foram escolhidos também os integrantes da CPI da Corrupção, que vão investigar denúncias de irregularidades nos governos do DF desde 1991. Todas as comissões são dominadas por aliados do governador e a definição saiu após uma reunião a portas fechadas.
O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.
Desde a manhã, cerca de 500 manifestantes se concentram do lado de fora da Câmara e eram acompanhados por policiais. O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (sem partido), decidiu que a população não terá acesso à Casa.
Comissões
Para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro local onde os processos de impeachment serão analisados, foram escolhidos os deputados Batista das Cooperativas (PRP); Eurides Brito (PMDB); Geraldo Naves (DEM); Chico Leite (PT); e Dr. Charles (PTB). Naves foi escolhido como presidente e Charles, vice. A deputada Eurides Brito aparece em um dos vídeos colocando dinheiro em uma bolsa.
Naves disse que deve escolher ainda nesta segunda o relator dos três processos de impeachment que correm contra Arruda na Câmara. O novo presidente da CCJ se disse "amigo" do governador, mas negou que isso vá influenciar o trabalho na comissão. "Amizade não interfere no trabalho do deputado", afirmou.
Para a Comissão Especial, que vai receber o impeachment após a CCJ, foram escolhidos os deputados Cristiano Araújo (PTB); Alírio Neto (PPS); Chico Leite, Batista das Cooperativas e Geraldo Naves. Alírio foi secretário do governo Arruda.
Os membros da CPI da Corrupção são Paulo Tadeu (PT); Raimundo Ribeiro (PSDB); Eliana Pedrosa (DEM); Alírio Neto e Batista das Cooperativas. Ribeiro, que é o corregedor temporário da Casa, e Eliana Pedrosa também participaram do governo Arruda. A deputada, inclusive, voltou à Câmara logo após o começo da crise, em dezembro. O comando dessa comissão deve ser escolhido nesta tarde.
Nas três comissões formadas nesta segunda-feira, somente os deputados do PT não votam com o governo.
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