Em recurso apresentado nesta quinta-feira (2), os advogados do empresário Ramon Rollerbach, ex-sócio de Marcos Valério, cobrou dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que reavaliem se há mesmo elementos que comprovem a participação dele no esquema do mensalão. A defesa pediu também que o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, deixe a relatoria do mensalão, mesma estratégia adotada por outros réus. Os advogados de Rollerbach ainda apontaram supostas contradições no julgamento e na aplicação das penas.
O empresário recebeu uma das condenações mais duras do processo -29 anos, 7 meses e 20 dias de prisão por evasão de divisas, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A defesa requisitou os esclarecimentos de pontos "obscuros" e "omissos" que sustentaram a condenação. Segundo os advogados, há pontos do acórdão que não apresentam "qualquer prova ou indício" de crimes.
Apesar de ser sócio das agências SMPB e DNA Propaganda, Rollerbach afirma que desconhecia o suposto uso das empresas para pagamentos de propina. Um dos tópicos alega que Barbosa apontou que Rollerbach recebeu R$ 400 mil de dinheiro desviado do Banco do Brasil, mas sem provar como esse dinheiro chegou a ele, porque isso "não existiu".
Não há provas, segundo a defesa, de que o empresário participou da oferta de R$ 50 mil ao então presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), para obter contratos publicitários da Casa. "O de onde o voto proferido extrai a conclusão de que Ramon teria solicitado a Marcos Valério o pagamento de propina a João Paulo Cunha? Onde está provado que Marcos Valério teria ido a Brasília para corromper, a pedido de Ramon", afirma o advogado, em recurso com mais de 90 páginas.
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