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(Agências) – O Diretório Nacional do PT decidiu expulsar o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Em votação realizada na tarde de ontem, 33 membros do Diretório, que é a instância mais alta do partido, votaram pela expulsão. A proposta de suspensão do ex-tesoureiro por três anos teve 16 votos enquanto três membros se abstiveram.

Delúbio chegou à reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, no início da tarde. Ele apresentou sua defesa e recebeu algumas manifestações de apoio, mas não adiantou: pesou mais o relatório da Comissão de Ética do PT, que recomendou a sua expulsão após analisar a atuação do ex-tesoureiro na formação do caixa 2 que financiou campanhas eleitorais de 2002 e 2004.

O deputado federal João Paulo Cunha (SP), um dos primeiros a deixar a reunião do Diretório, disse que não tinha certeza, mas acreditava que em tese Delúbio ainda teria direito a recorrer. A tese contará com o apoio de alguns membros do partido, como o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, e o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, que se declararam contrários ao desligamento e entendem que ele deve permanecer no partido.

Felício afirmou que a decisão mais justa seria uma suspensão de um a dois anos, porque o caixa 2 "é uma prática antiga e o PT é o único partido que está assumindo isso". O presidente da CUT defendeu o papel desempenhado no partido pelo ex-tesoureiro. "Outrora, Delúbio foi um gladiador muito competente, agora querem jogá-lo aos leões."

Preço doloroso

Já o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu a expulsão do ex-tesoureiro argumentando que as operações de caixa 2 da legenda, com a participação do empresário Marcos Valério, nunca foram discutidas pelo partido e, se tal discussão ocorresse, não seriam autorizadas. "Eu nunca ouvi falar de Marcos Valério, nunca fui apresentado a ele e jamais soube de sua empresa."

Mercadante condenou as ligações de Delúbio com o empresário mineiro, mas admitiu não poder afirmar que Delúbio fosse o único responsável pelo caixa 2 no partido. Para ele, mesmo que o ex-tesoureiro tenha agido na melhor das intenções, "isto é incompatível com valores do PT e, portanto, tem de ser punido. É o preço doloroso que o PT tem de pagar".

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