Lia Cecília da Silva Martins, 39 anos, faz parte de mais uma história a ser desvendada sobre a Guerrilha do Araguaia: a dos filhos de guerrilheiros mortos pelo Exército. Amanhã, a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos entrega o resultado da contraprova do exame de DNA à família do guerrilheiro Antonio Theodoro de Castro, o Raul, desaparecido em 1973, que seria o pai de Lia.
O parto teria sido feito pelo pai. O bebê teria sido entregue pelo Exército a um orfanato em Belém (PA). O mateiro José Maria Alves da Silva, o Zé Catingueiro, foi quem confirmou pela primeira vez a existência da filha do guerrilheiro a uma das irmãs dele, Mercês Castro. Ainda falta saber quem é a mãe de Lia.
Há relatos sobre outros filhos de guerrilheiros que teriam sido retirados dos pais. Hoje com 77 anos, Catingueiro diz que soube de outras "duas ou três crianças" que seriam filhas de guerrilheiros. "As crianças foram tiradas para outro lugar. Os grandes sempre deram graças a Deus de não terem matado nenhum inocente", conta, referindo-se aos comandantes das tropas. Ele acha difícil saber exatamente quantas eram e o que aconteceu com elas. "Tinha soldado de quartel de todo o Brasil", resume.
Uma das crianças seria filha de José Carlos, o codinome de André Grabois, fora do casamento. Ele foi casado com Criméia Almeida, com quem teve um filho, João Carlos Grabois. "Tive meu filho na prisão, e eles me ameaçavam, diziam que iam ficar com ele. Mas mesmo se não acharem mais nenhuma criança, a Lia é uma prova de que elas existiram", diz Crimeia.
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