Primeiro partido excluído da Esplanada na "faxina" de Dilma Rousseff em 2011, o PR recuperou ontem o Ministério dos Transportes com a escolha de César Borges para comandar a pasta.
É a segunda mudança neste ano que Dilma promove para tentar manter ao seu lado aliados para as eleições presidenciais de 2014.
Há duas semanas, Dilma também reabilitou ao primeiro escalão aliados do pedetista Carlos Lupi, que deixou o Ministério do Trabalho sob acusações de corrupção.
Agora, a presidente traz de volta ao governo o PR de Alfredo Nascimento, primeiro ministro a cair na chamada "faxina ética" de Dilma.
O nome de Borges foi uma imposição de Dilma ao PR, que tentou emplacar um político mais alinhado à cúpula da sigla. Apesar disso, a legenda avalia estar contemplada com a nomeação.
Nascimento deixou os Transportes por suspeitas de corrupção em julho de 2011, quando caíram também outros 27 funcionários da pasta. À época, ele protestou contra o termo "faxina": "Não sou lixo, meu partido não é lixo."
Naquele ano, o próprio governo capitalizou o conceito de "limpeza ética" em favor da presidente, vinculando-a à intolerância com o "malfeito", termo usado por Dilma. Ontem, Nascimento foi o cicerone do novo ministro ao gabinete presidencial, que toma posse amanhã.
Desde que Nascimento deixou o cargo, Paulo Sérgio Passos assumiu a pasta. Apesar de filiado ao PR, Passos foi uma escolha "técnica" de Dilma e jamais foi considerado pelo partido como um representante seu no ministério.
Borges era tido como opção "híbrida", por ter perfil político e técnico. Dilma consultou o governador da Bahia, Jaques Wagner, antes de consumar a nomeação.
Ex-governador da Bahia, Borges foi um aliado político do senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007) e fez dura oposição a Lula nos primeiros anos de governo. Atualmente ocupava uma vice-presidência do Banco do Brasil.
Sua missão política será unir o PR, com 34 deputados e 4 senadores, já que seu nome enfrentava resistências de parte da bancada do partido.
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