Cartel
A Polícia Federal investiga uma denúncia da multinacional alemã Siemens. Segundo a empresa, há um cartel, do qual ela fazia parte, para vencer licitações para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal.
Um executivo da empresa Siemens afirmou à Polícia Federal que recebeu ordens para destruir documentos relacionados a uma conta bancária secreta que ex-diretores da companhia possuíam em Luxemburgo, um paraíso fiscal, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Suspeita-se que a conta era usada para pagar propina a funcionários públicos no Brasil.
De acordo com o jornal, a declaração foi feita pelo gerente-geral da área de projetos corporativos da Siemens, Sergio de Bona, em 29 de novembro. Ele era responsável pela contabilidade da empresa entre 2004 e 2006. De Bona afirmou que nesta época, seu superior, José Manuel Romero Illana, pediu ajuda para "encerrar uma conta no exterior", durante uma reunião da qual também teria participado José Antonio Lunardelli, que já havia ocupado o mesmo cargo dele na empresa. Ele teria cedido depois de pressões feitas por Romero.
Em outra ocasião, De Bona teria se reunido com Romero, Lunardelli e com o advogado Roberto Justo, que teria sido o responsável pela abertura da conta. "Na reunião, recebeu as seguintes instruções de Justo, na presença de Lunardelli e Romero: coletar assinaturas e entregar os documentos sempre pessoalmente ao advogado, que destruísse todo e qualquer documento gerado em relação à conta", anotou a PF.
Adilson Primo, ex-presidente da Siemens no Brasil, foi demitido em 2011 depois que a matriz da empresa na Alemanha descobriu a existência da conta em auditoria interna. Primo era um dos proprietários da conta, que recebeu US$ 7 milhões de dinheiro da Siemens na Alemanha e nos Estados Unidos.
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