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A cópia do pedido de desligamento de Alexandrino da empresa entrou nos arquivos da Justiça Federal do Paraná no fim da noite de segunda | Antônio More/Gazeta do Povo
A cópia do pedido de desligamento de Alexandrino da empresa entrou nos arquivos da Justiça Federal do Paraná no fim da noite de segunda| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, o executivo Alexandrino Alencar pediu demissão da empresa nesta segunda-feira para se dedicar à sua defesa na Operação Lava Jato. Alexandrino cumpre prisão temporária de cinco dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e teve seu depoimento ouvido nesta segunda-feira. Em 2013, ele acompanhou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma série de viagens internacionais.

Nesta terça-feira, o juiz Sérgio Moro prorrogou a prisão de Alexandrino por mais um dia. A Polícia Federal havia pedido a transformação da prisão temporária em preventiva, mas o magistrado optou, antes de decidir, ouvir as manifestações do Ministério Público Federal e da defesa do executivo. Por isso, prorrogou a prisão temporária por mais 24 horas. No mesmo despacho, Moro negou o pedido de prorrogação das prisões temporárias de Christina Maria da Silva Jorge, empresária da Hayley do Brasil, de Antonio Pedro Campelo de Souza, executivo da Andrade Guttierrez, e Flávio Lúcio Magalhães, que era executivo da Andrade Gutierrez, mas, em depoimento, negou vínculo com a empresa. Os três haviam sido presos na sexta-feira, na 14ª fase da Lava Jato.

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A cópia do pedido de desligamento de Alexandrino da empresa entrou nos arquivos da Justiça Federal do Paraná no fim da noite de segunda. No documento, endereçado à diretoria da Odebrecht, Alexandrino diz: “em virtude dos fatos envolvendo a minha pessoa e vindos a público na última sexta-feira, comunico meu afastamento e desligamento da empresa, a fim de que possa me dedicar integralmente à minha defesa no procedimento em que figuro como investigado”.

O advogado Augusto de Arruda Botelho utilizou o desligamento de Alexandrino para justificar um pedido de liberdade protocolado nesta segunda-feira. Diz o texto: “para fulminar em definitivo qualquer receio de risco à ordem pública, o peticionário informa que na presente data afastou-se e desligou-se em definitivo de suas funções na Construtora Norberto Odebrecht S/A”.

Em janeiro de 2013, o executivo acompanhou o ex-presidente Lula em viagens a Cuba, República Dominicana e Estados Unidos. Oficialmente, as viagens não tinham relação com atividades da empresa nesses países. Lula foi a um evento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre o clima, visitou o presidente da República Dominicana e falou no congresso de trabalhadores da indústria nos EUA.

A relação oficial de passageiros do voo, obtida pelo GLOBO, mostra que Alexandrino era o único que não fazia parte do círculo de convivência de Lula. Estavam na aeronave funcionários do Instituto Lula, o biógrafo Fernando Morais e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. Para evitar que fosse vinculada ao fretamento, a Odebrecht usou uma de suas parceiras para pagar a despesa: a DAG Construtora, da Bahia.

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