O diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, e o vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, admitiram em depoimentos à Polícia Federal (PF) ter pago propina no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras encabeçado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. Os dois executivos foram presos na sexta-feira .
Marcelo Leonardo, advogado de Sérgio Mendes, disse que o executivo declarou ter pago R$ 8 milhões em quatro parcelas para as empresas de fachada de Youssef, entre julho e setembro de 2011, para garantir o pagamento de contratos já em andamento entre eles, os das obras de ampliação da refinaria Repar, em Araucária, na Grande Curitiba. Segundo o advogado, a propina foi paga porque "havia a ameaça de que se a empresa não fizesse o pagamento não receberia as faturas a que tinha direito e não seria convidada para outras licitações".
Em 31 de outubro, a Gazeta do Povo mostrou que os investigadores da Operação Lava Jato haviam encontraram indícios que ligavam o esquema às obras da Repar. A PF também apreendeu uma planilha, que estava em posse de Youssef, detalhando supostos pagamentos de propina de R$ 35,8 milhões envolvendo os contratos da refinaria.
Outra empreiteira
O executivo da Galvão, Erton Fonseca, também alegou ter sido extorquido. Segundo ele, que não revelou valores, o dinheiro pago pela Galvão foi repassado para o PP, partido da base governista no Congresso. De acordo com Fonseca, antes do contato com Costa e Youssef, ele já teria sido procurado pelo ex-deputado federal do Paraná José Janene (PP), morto em 2010. Segundo Fonseca, Janene era o responsável pelo recolhimento e distribuição da parcela destinada à sigla no esquema de corrupção na estatal. Com a morte do político, Costa e Youssef teriam assumido a frente do negócio.
Assim como o diretor da Mendes Júnior, Fonseca afirmou em seu depoimento que a propina não foi paga para vencer licitações, mas para garantir o pagamento de obras já concluídas. As informações foram informadas pelo advogado do executivo, José Luis de Oliveira Lima. "Após a empresa ganhar licitamente os contratos, ele foi procurado e foi vítima de extorsão", disse. Lima ainda afirmouque Fonseca está à disposição das autoridades para uma acareação com Youssef e Costa.
PP não se manifesta
Por meio de nota, o gabinete do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, alegou ainda não ter conhecimento do depoimento do executivo e que, portanto, não vai se manifestar. O partido afirma estar "à disposição das autoridades para colaborar com as investigações". A ex-mulher de Janene, Stael Fernanda Janene, disse que, em 2010, quando o ex-deputado morreu, eles já estavam separados há um ano e dez meses e não tem nenhum conhecimento do assunto.
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