A pena mais alta foi imposta a Dario de Queiroz Galvão Filho, que foi condenado a 13 anos de prisão. Um executivo foi absolvido por falta de provas.| Foto: /

O juiz federal Sergio Moro condenou nesta quarta-feira (2) três executivos da Galvão Engenharia em um dos processos da Operação Lava Jato. Também foram condenados o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A maior pena foi imposta ao presidente do grupo, Dario de Queiroz Galvão Filho, que foi condenado a 13 anos e dois meses de prisão em regime fechado pelo crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Dario Galvão também foi condenado a pagar uma multa de R$ 466,6 mil.

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Erton Medeiros da Fonseca foi condenado a 12 anos e 5 meses de prisão e multa de R$ 433,5 mil, enquanto Jean Alberto Luscher Castro foi condenado a 11 anos e oito meses e multa de R$ 408 mil. As penas e multas de Youssef e Costa serão as mesmas adotadas nos acordos de colaboração premiada.

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Moro absolveu Eduardo de Queiroz Galvão de todos os crimes por falta de provas. Costa foi condenado por corrupção, mas foi absolvido por lavagem de dinheiro. Moro deixou de condenar o laranja de Youssef, Waldomiro Oliveira. Segundo o juiz, Oliveira já havia sido condenado pelo mesmo crime em outro processo da Lava Jato.

Os executivos condenados estão em prisão domiciliar desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um habeas corpus. Na sentença, Moro determina que sejam retiradas as tornozeleiras eletrônicas dos executivos. “É que tem ela o efeito colateral negativo de propiciar a futura detração da pena, ou seja, cada dia de recolhimento domiciliar equivale a um dia na prisão. A manutenção do recolhimento domiciliar por período recursal ainda incerto pode levar na prática a que o condenado cumpra toda a pena privativa de liberdade em recolhimento domiciliar”, justificou o juiz.

Recomendação

Na sentença que condenou os executivos, o juiz Sergio Moro recomendou que a empresa Galvão Engenharia busque ”acertar sua situação” com o Ministério Público Federal, Cade, Petrobras e Controladoria-Geral da União. “Como consignei anteriormente, a Galvão Engenharia, por sua dimensão, tem uma responsabilidade política e social relevante e não pode fugir a elas, sendo necessário, como primeiro passo para superar o esquema criminoso e recuperar a sua reputação, assumir a responsabilidade por suas faltas pretéritas”, diz na sentença. “É pior para a reputação da empresa tentar encobrir a sua responsabilidade do que assumi-la”, aconselha o juiz.

Empreiteiras

Essa é a quarta sentença de Moro que condena executivos de grandes empreiteiras do país. A primeira sentença referente à 7ª fase da Operação Lava Jato, que levou à prisão executivos das maiores empreiteiras do país, foi no processo contra funcionários da Camargo Correa. Também já foram condenados executivos da OAS, Mendes Junior e UTC. Executivos de outras três empreiteiras ainda aguardam julgamento: Engevix, Odebrecht e Andrade Gutierrez.

Ao todo, 38 processos tramitam na Justiça Federal de Curitiba referentes à Lava Jato. Destes, 13 já tiveram a sentença proferida por Moro e outros quatro foram suspensos.

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Outro lado

Os advogados dos executivos condenados nessa quarta-feira (2) não foram localizados para comentar a sentença.