Adarico Negromonte deve se entregar na semana que vem

A advogada de Adarico Negromonte, Joyce Roysen, afirmou que seu cliente deve se entregar à Polícia Federal (PF) na semana que vem. Negromonte está foragido desde sexta-feira (14), quando foi procurado para o cumprimento de um mandado de prisão temporária durante a deflagração da 7ª fase da Operação Lava Jato. A advogada entrou com um pedido de revogação da prisão, mas o pedido ainda não foi julgado pela Justiça Federal. Segundo Joyce, independente do resultado, ele deve se apresentar à polícia na segunda ou terça-feira da semana que vem. Adarico Negromonte é irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, e é apontado pela PF como uma das pessoas ligadas a Alberto Youssef no esquema da Petrobras.

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CPI mista da Petrobras é prorrogada até dezembro

O Congresso prorrogou nesta quinta-feira (20) a CPI mista da Petrobras que investiga irregularidades na estatal. A comissão, que oficialmente encerraria as atividades no domingo (23), vai manter os trabalhos até o dia 22 de dezembro, quando o Legislativo entra em recesso parlamentar.Na prática, a CPI terá mais três semanas de trabalhos até a entrega do relatório final, o que deve ocorrer no dia 13 de dezembro. A prioridade dos trabalhos nos próximos dias, segundo o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), será ouvir os presos na nova etapa da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

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Os executivos investigados na nova fase da Operação Lava Jato têm R$ 39,1 milhões bloqueados em suas contas pessoais. A Justiça determinou o bloqueio de bens de 16 investigados pela Polícia Federal e de três empresas que pertencem a Fernando Soares e Renato Duque, ex-diretor da Petrobras. Somados, os valores bloqueados chegam a R$ 47, 8 milhões.

Os executivos que tiveram maior valor bloqueado foram Gerson de Mello Almada, vice presidente da Engevix, e Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC. A Justiça bloqueou R$ 22,6 milhões e R$ 10,2 milhões, respectivamente, dos executivos. O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, teve R$ 3,2 milhões bloqueados, enquanto o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teve R$ 8,8 mil bloqueados em todas as suas contas.

Valdir Lima Carreiro, diretor presidente da Iesa, não teve nenhum valor bloqueado em suas contas, pois elas estavam vazias. Ele tem contas em 11 bancos, mas não havia dinheiro em nenhum deles – o que indica que ele pode ter sacado os valores já sabendo de um possível bloqueio pela Justiça. O mesmo ocorreu com um funcionário da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca. Ele tem conta em sete instituições bancárias diferentes, mas todas estavam vazias.

Empresas

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As empresas Thecnis Planejamento e Gestão em Negócios, Hawk Eyes Administração de Bens e D3TM tiveram juntas R$ 8,7 milhões bloqueados pela Justiça. As empresas pertencem a Renato Duque e Fernando Soares. A Justiça Federal do Paraná havia determinado o bloqueio de bens dos investigados no dia 10 de novembro, mesma semana em que foi deflagrada a 7ª fase da Operação Lava Jato, que resultou na prisão de 25 pessoas.

Movimentação na PF

A Polícia Federal ouviu quatro envolvidos no caso de desvios na Petrobras nesta quinta-feira (20). Entre os ouvidos, estão três executivos presos na última sexta-feira (14) e o doleiro Alberto Youssef. Nesta sexta-feira (21) deve ser ouvido na Superintendência da PF em Curitiba o lobista Fernando Baiano, que se entregou à polícia na terça-feira (18).

Ao sair da sede da PF, o advogado de Youssef, Tracy Reinaldet, comentou as afirmações dos executivos de que o doleiro teria extorquido as empresas. "Alberto Youssef nunca fez extorsão de quem quer que seja", afirmou o advogado. Ele também comentou o estado de saúde do doleiro, preso desde março na carceragem da PF. "O Alberto Youssef efetivamente está mal de saúde. Ele emagreceu 20 quilos ao longo desses meses de cárcere", disse.

O advogado da empresa Engevix, Fábio Tofic Simantob, ressaltou mais uma vez que o caso não deveria ser conduzido pela Justiça no Paraná. "O nosso entendimento é que apenas sob a perspectiva de uma farsa é possível afirmar que não existem pessoas com prerrogativa de foro envolvidas nesse caso", diz o advogado. "Portanto, esse caso tinha que ter sido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal", finalizou.

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Ex-diretor recebeu ao menos R$ 1,6 mi de empreiteira após deixar Petrobras

O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, disse à Polícia Federal, em depoimento em Curitiba, que recebeu pelo menos R$ 1,6 milhão da empreiteira UTC Engenharia depois que deixou o cargo na estatal, em abril de 2012. Porém, negou ter recebido propinas. Duque, que foi preso na última sexta-feira, na sétima fase da Operação Lava Jato, afirmou que a remuneração deveu-se a uma consultoria: "auxiliou no processo para que ela [UTC] se capacitasse para participar como operadora" em determinada área de produção de energia, diz o inquérito.

Além disso, fechou um segundo contrato com a UTC, cujo valor não foi consignado no depoimento que ele prestou na última segunda-feira (17) ao delegado da PF Eduardo Mauat da Silva. Em depoimentos anteriores, delatores disseram que a UTC Engenharia funcionava como a coordenadora de um "clube" de empreiteiras que fraudavam licitações e desviavam recursos da Petrobras.

O ex-diretor Duque, acusado por dois delatores de ter cobrado e recebido propina no exterior em troca de contratos na petroleira, demonstrou hesitação quando foi indagado pela PF se mantinha no exterior uma offshore chamada Drenos. Segundo os delatores, alguns dos pagamentos de propina ocorreram para essa empresa.

Duque negou ter recebido recursos ilegais no exterior mas, ao falar da offshore, disse que "não se recorda desse nome 'Drenos'". O ex-diretor reconheceu que se tornou amigo e "criou uma 'empatia'" com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, com o qual "passou manter encontros com o mesmo sempre de cunho social, por 'ser pessoa agradável para o convívio'".

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