O Exército respondeu nesta sexta-feira ao lançamento de um livro-relatório sobre a repressão realizada durante a ditadura militar, que governou o país entre 1964 e 1985. Em nota, a corporação reafirmou a Lei da Anistia e afirmou que "fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas".

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A nota, assinada pelo comandante do Exército general Enzo Martins Peri, foi apresentada ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, antes de sua divulgação. Segundo a assessoria do ministério, Jobim propôs algumas mudanças no documento, acatadas pelo general, e deu seu aval para a publicação do comunicado.

"A Lei da Anistia, por ser parâmetro de conciliação, produziu a indispensável concórdia de toda a sociedade (...) Colocá-la em questão importa em retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas", afirma o documento, segundo íntegra divulgada pela Agência Brasil.

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Na quarta-feira, durante cerimônia de lançamento do livro-relatório produzido ao longo de 11 anos pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Jobim deu um recado aos militares, alertando para eventuais reações contrárias ao lançamento.

"Não haverá indivíduo que possa a isso reagir, e se houver terá resposta", disse o ministro na ocasião.

A mensagem de Jobim foi reforçada pela nota assinada pelo general Peri nesta sexta.

"Reitero aos meus comandados que não há Exércitos distintos", afirmou o documento, que aponta a corporação como "referência em termos de ética e de moral, alinhado com os legítimos anseios da sociedade brasileira".

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