O senador Expedito Júnior (PSDB-RO) desistiu nesta quinta-feira (5) do recurso que tinha impetrado junto à Mesa do Senado para tentar continuar no cargo após ter o mandato cassado pela Justiça. Com a decisão do tucano, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), estudar dar posse a Acir Gurgacz (PDT-RO), segundo colocado na eleição, ainda nesta tarde.
"Decidi retirar o requerimento da Mesa. Não entrei com o recurso para afrontar o STF. Entrei porque entendi que era direito lutar pelo meu mandato. Não acreditava que ia dar o imbróglio que deu. Eu não desisti, vou brigar no campo dos tribunais", disse o tucano.
O recurso de Expedito tinha sido encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só deveria ser julgado na próxima semana. O presidente da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO) já tinha adiantado que seu parecer seria contra a permanência do tucano no cargo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a cassação ainda em junho, mas o senador continuou no cargo até agora. O segundo colocado na eleição, Acir Gurgacz (PDT), entrou no STF pedindo o afastamento imediato de Expedito e o tribunal tomou esta decisão nessa quarta-feira (28). Nessa terça-feira (3), a Mesa do Senado decidiu enviar um recurso do tucano à CCJ. O próprio presidente do Senado chegou à criticar a decisão.
De acordo com a acusação, acatada pelos ministros do TSE, funcionários de uma empresa de propriedade do irmão do senador cassado, Irineu Gonçalves Ferreira, foram orientados a votarem na coligação de Expedito e a conquistarem votos de amigos e familiares em troca do pagamento de R$ 100,00. Segundo o processo, os valores foram depositados no dia 29 de setembro de 2006 nas contas correntes dos funcionários, cerca de 48 horas antes das eleições.
Expedito nega a acusação e diz que "não lhe foi dado direito a ampla defesa, conforme previsto na Constituição Federal, uma vez que ainda não transitou em julgado decisão do TSE sobre seu processo de cassação". Como o processo já foi concluído no TSE, cabe ao tucano recursos ao STF.
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