A comissão especial que analisa a proposta de emenda à Constituição Estadual (PEC) para acabar com as aposentadorias vitalícias concedidas a ex-governadores do Paraná aprovou ontem na Assembleia Legislativa relatório final a favor do projeto. Com isso, o projeto de autoria do deputado Mauro Moraes (PSDB) pode ir a votação em plenário já na semana que vem.
Pelo entendimento dos integrantes da comissão, as aposentadorias no valor de R$ 24,8 mil mensais concedidas a ex-governadores depois da Constituição de 1988 são inconstitucionais. Isso porque a redação da Constituição atual, ao contrário da anterior, de 1967, não prevê o benefício da aposentadoria a ex-chefes do Executivo.
"É impossível admitirmos essa aberração, em que alguém que nunca contribuiu com a previdência estadual possa levar para o restante da vida este benefício", afirmou Moraes. "Em plenário, os deputados certamente deverão entender a ilegalidade e imoralidade dessas aposentadorias".
Ainda que a PEC seja aprovada pela Assembleia, o benefício pago a ex-governadores e viúvas continuará a ter um custo milionário aos cofres estaduais. Isso porque a mudança não atingirá cinco ex-comandantes do Paraná que governaram antes de 1988 Paulo Pimentel, João Mansur, Emílio Gomes, Jayme Canet e João Elísio Ferraz de Campos e quatro viúvas de ex-governadores Adelina Custaldi Novaes (viúva de José Hosken de Novais); Flora Munhoz da Rocha (viúva de Bento Munhoz da Rocha); Arlete Richa (viúva de José Richa e mãe de Beto Richa); e Rosi Costa Gomes da Silva (viúva de Mário Gomes da Silva). Os benefícios desse grupo custam R$ 216,9 mil por mês e R$ 2,8 milhões por ano ao poder público paranaense (incluindo o 13.º salário).
Para que essas aposentadorias também sejam cortadas, o Supremo Tribunal Federal, que está discutindo o assunto em relação a vários estados além do Paraná, terá de se posicionar contra a manutenção desses benefícios vitalícios.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Deixe sua opinião