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"Por que toda vez que se fala em enxugamento dos ministérios logo aparecem em primeiro plano as pastas ligadas às mulheres, aos negros e aos direitos humanos? Por que as mulheres devem sempre fazer economia?"

Quem faz essas perguntas é a militante feminista Leila Barsted, advogada e coordenadora da organização não governamental Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia). Contrária à extinção da Se­­cretaria de Política para Mulheres, que tem status de ministério e aparece sempre nos debates sobre a redução da máquina do governo, ela observa que não são apenas os critérios técnicos que devem ser levados em conta.

"A Secretaria de Mulheres é resultado de um compromisso do Estado com a defesa dos direitos das mulheres que começou muito lá atrás, na Constituinte de 1988. Extinguir agora a pasta ou reduzir o seu status de ministério seria um retrocesso", afirma

O advogado Dojival Viei­­ra, militante do movimento negro e diretor de agência de notícias Afro Press, utiliza argumento semelhante para defender a Secretaria de Igualdade Racial: "Ela surgiu para atender à reivindicação de políticas públicas para a população negra, que totaliza metade da população do ­país. Em vez de extingui-la seria melhor fortalecê-la, para deixar de ser um puxadinho montado na Esplanada para abrigar aliados partidários".

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