
Justus rejeita tese de armação política
Ao contrário do prefeito Beto Richa (PSDB), que reafirmou ontem ser vítima de uma armação política por causa das denúncias envolvendo Ezequias Moreira e sua sogra, Verônica Durau, o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), declarou que o caso é uma questão administrativa interna da Casa e não tem caráter político. A declaração foi feita durante a sessão da Assembléia, depois que o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, foi à tribuna reforçar a tese de que a denúncia fora montada por adversários políticos.
O chefe de gabinete do prefeito Beto Richa (PSDB), Ezequias Moreira Rodrigues, pediu ontem exoneração do cargo, após uma semana da divulgação da denúncia de que a sogra dele, Verônica Durau, era funcionária fantasma da Assembléia Legislativa e que Ezequias a usava como "laranja" para receber os salários pagos pelo Legislativo.
Com a demissão da prefeitura, Ezequias deve voltar ao cargo de analista de processos organizacionais da Sanepar, empresa da qual ele é funcionário licenciado. Ainda na tarde de ontem, foi definido o nome do substituto. Será o advogado José Carlos Campos Hidalgo, que estava na diretoria de Governo, da Secretaria do Governo Municipal, e já havia ocupado os cargos de presidente do Banestado e chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual. No ano passado, Hidalgo foi coordenador-executivo no Paraná da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República.
Ezequias disse, em nota divulgada no site da prefeitura, que tomou a decisão de pedir exoneração depois de conversar com o prefeito e em respeito à família e à história dele como homem público. Espera, com isso, contribuir com as investigações.
O afastamento com substituição imediata é a conseqüência de uma semana repleta de reuniões da cúpula do PSDB do Paraná. Caciques do partido tentaram, nesse período, convencer o prefeito a afastar o assessor. Mas tanto Ezequias quanto Richa consideravam que essa atitude seria confessar culpa pelas irregularidades denunciadas. Ontem, Ezequias foi convencido a pedir o afastamento para poupar a imagem do prefeito.
Richa havia declarado sua confiança no assessor, na quinta-feira da semana passada, em nota divulgada para a imprensa. Na quarta-feira, o prefeito disse só iria se decidir sobre a permanência do chefe de gabinete no cargo depois do fim da sindicância aberta na Assembléia para investigar as denúncias.
O presidente do PSDB no Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni, afirmou ontem que a decisão de Ezequias de se afastar do cargo foi pessoal. "O que está acontecendo não prejudica o prefeito Beto Richa. O que há é um desejo de forças políticas opostas querendo atribuir o caso ao prefeito."
O líder do PSDB na Assembléia, deputado estadual Ademar Traiano, que primeiramente assumiu a contratação de Verônica Durau na liderança do partido na Assembléia e depois voltou atrás, afirmou que a atitude de Ezequias foi de "grandeza" e em nada compromete o prefeito. "O Ezequias não precisa temer nada. Tudo foi uma armação política." O prefeito Beto Richa não quis se manifestar sobre a saída de Ezequias da função. A reportagem entrou em contato com a residência de Verônica Durau, mas ela preferiu não falar.
Desaprovação de Lula e inelegibilidade de Bolsonaro abrem espaços e outros nomes despontam na direita
Moraes ameaça prender Cid em caso de omissão na delação: “última chance”
Como fica a anistia após a denúncia da PGR contra Bolsonaro; ouça o podcast
Moraes manda Rumble indicar representante legal no Brasil, sob risco de suspensão
Deixe sua opinião