A Aeronáutica informou nesta sexta-feira (25) que enviou uma carta para a fabricante dos caça Rafale, a empresa francesa Dassault, pedindo que mantenha a comissão do comando da Aeronáutica encarregada da compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira (FAB) informada sobre o andamento das investigações do acidente com dois aparelhos da marca.
Os dois aviões caíram nesta quinta-feira (24) no Mar Mediterrâneo, após partirem do porta-aviões Charles-de-Gaulle da marinha francesa. O acidente ocorreu às 13h de Brasília, a cerca de 30 km a leste de Perpignan (sul da França), durante uma simulação de missão do qual participavam os dois aparelhos.
A Dassault disputa com a empresa sueca Saab e a norte-americana Boeing o fornecimento de aviões de combate da FAB. O negócio está avaliado em pelo menos US$ 4 bilhões.
O Comando da Aeronáutica anunciou no início da semana que estendeu o prazo para receber as ofertas do processo de seleção. O prazo passou para o dia 2 de outubro, a pedido das empresas concorrentes para que possam melhorar as propostas, segundo a Aeronáutica.
Na semana passada, o vice-ministro de Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, disse que seu país vai oferecer ao Brasil, por meio da fabricante Saab, os caças Gripen pela metade do preço de mercado.
"Nós achamos que temos um preço muito, muito favorável. É de comprar dois aviões caças da marca Gripen pelo mesmo preço de um avião dos concorrentes", disse Jevrell na ocasião.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ironizou a oferta na sexta-feira (18). "É uma compra casada? Compre uma cerveja e leve quatro guaranás?" Na ocasião, Jobim já havia dito que talvez fosse estendido o prazo para as propostas.
Negociações e ofertas
A oferta sueca acontece depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito, durante as comemorações do 7 de Setembro, que as negociações com a França estavam "muito avançadas".
O presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, emitiram comunicado conjunto no dia 7 de setembro, durante visita do francês ao Brasil, em que anunciavam a intenção do governo brasileiro negociar a aquisição de 36 caças GIE Rafale.
Dois dias depois, a Embaixada dos Estados Unidos soltou comunicado em que anunciava que o país concordava com a transferência de "tecnologia necessária" dos caças F/A-18, além de prever a montagem dos aviões no Brasil.
O presidente Lula chegou a ironizar a proposta feita pelos EUA, ao ser questionado pelo G1. "Daqui a pouco vou receber de graça [os caças]", disse.
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