Beto Richa (PSDB): oportunidade para provar que entende de agronegócio| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo
Osmar Dias (PDT) fala à tarde: tentativa de mostrar que pode fazer mais

A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) coloca hoje os candidatos a governador do estado Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) diante de 500 produtores e líderes do setor agrícola para confirmarem o compromisso assumido pelos dois de defender um plano diretor para o agronegócio. Ambos foram chamados previamente à Faep – Richa no dia 5 e Osmar no dia 14 de julho – para tratar do tema e saíram da entidade manifestando franco apoio à expansão da atividade rural.

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No encontro de hoje, cada candidato vai receber nova cópia do plano de diretor elaborado pela Faep, para que o apoio às propostas de desenvolvimento do agronegócio tenha testemunhas. Essa será a segunda vez neste ano que a entidade reúne os dois candidatos em um evento público. No primeiro encontro, realizado em abril, no Teatro Positivo, os agricultores saíram descontentes, alegando que não ficaram conhecendo suficientemente as propostas e a capacidade dos candidatos.

O desafio de Richa, hoje pela manhã, será mostrar que, apesar da trajetória urbana, entende de agronegócio. E o de Osmar, que vai falar à tarde, é provar que pode fazer mais que o concorrente. A Faep informa que não vai apontar um deles como candidato oficial da entidade. A estratégia do evento de hoje, que será realizado no Hotel Radisson, seria justamente permitir que os agropecuaristas façam perguntas, obtenham respostas diretamente dos políticos e tirem suas conclusões.

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Duas propostas descritas no plano diretor elaborado pela Faep receberam apoio de Beto e Osmar. A criação de uma agência de fomento e de um instituto de defesa sanitária vegetal e animal. A agência, ligada diretamente ao governador, lidaria com incentivos fiscais, financiamentos e apoio institucional a projetos do agronegócio. Já instituto de defesa sanitária substituiria o atual Departamento de Fiscalização Sanitária (Defis). Ele se encaixaria em uma visão mais abrangente, em que a qualidade sanitária dos alimentos do estado é vista como uma questão estratégica.

Estagnação

O presidente da Faep, Ágide Meneguette, afirma que o agronegócio apresenta "sinais de estagnação". Além da desvalorização das commodities em real – os preços de milho, soja e trigo acumulam perdas em média de 10% desde janeiro no mercado interno –, as atividades que ocorrem "fora da porteira" estão crescendo menos do que poderiam, diz.

As estatísticas oficiais embasam a avaliação do executivo. Apesar da participação do Paraná no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ter se mantido na casa de 6% na última década, o agronegócio perdeu representatividade no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária. Chegou a ter 18,5% em 2003, mas em 2008 (dado mais recente) caiu para 13%.

Os números são usados pela Faep para mostrar que o setor precisa reagir. A entidade aponta a agregação de valor à produção rural como saída e defende mais investimentos em indústrias. Segundo a Faep, não é mais possível expandir a produção no estado simplesmente explorando novas áreas. O aproveitamento de áreas degradadas seria a única forma de o Paraná ampliar lavouras e pastagens atualmente.

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Além da falta de terras, o setor vê o esgotamento do sistema rodoferroviário e dos portos como principais gargalos. Esses pontos devem ser os principais focos da agência de fomento proposta pela Faep. Sem investimento público de peso nessas áreas, o Paraná vai continuar perdendo participação na economia, sustenta Meneguette.

Interatividade:

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