"Até quando Lula vai dizer que não sabia?" A indagação será o mote dos oposicionistas nas tribunas da Câmara e do Senado na semana que vem. A base para o questionamento direto ao presidente será a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando. Fala, Lula 2 – Oposicionistas colecionam declarações de Lula para cobrar que volte a se pronunciar. Em entrevista ao "Roda Viva", no fim do ano passado, o presidente pedia que o Congresso chegasse a um "veredicto" sobre se o mensalão existiu. A resposta da CPI e do procurador é sim. Vai ficando – O primeiro constrangimento a Lula será lembrar que Luiz Gushiken, que teve o indiciamento pedido pela CPI dos Correios e pelo procurador-geral, continua no governo, apesar de ter perdido o status de ministro. Complemento – Procuradores da República fazem um reparo à denúncia de Antônio Fernando: acham que deveriam ter sido propostas ações de improbidade, com pedido de indisponibilidade de bens dos denunciados, já que teriam recebido dinheiro por contratos com o poder público. Assunto delicado – Na conversa que teve com os líderes oposicionistas no Senado, Tarso Genro (Relações Institucionais) não fez qualquer menção ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) nem ao caso da violação do sigilo de Francenildo Costa.

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Alma lavada – Três ex-integrantes do Conselho de Ética comemoravam ontem a denúncia dos "40 do mensalão": Cezar Schirmer e Orlando Fantazini, relatores dos processos de João Paulo e Pedro Henry, ambos inocentados pela Câmara, e Júlio Delgado, cujo parecer sobre José Dirceu foi citado pelo procurador.

De volta à cena – O senador Tião Viana (PT-AC) pediu ao ministro Márcio Thomaz Bastos que a Polícia Federal participe das apurações sobre a invasão, segunda-feira, do escritório do deputado estadual Romeu Tuma Jr. (PMDB). Não desiste nunca – O interesse do petista no assunto tem razão eleitoral: o PT tentará caracterizar a invasão do gabinete de Tuma como tentativa de impedir investigações de irregularidades na Nossa Caixa na gestão Alckmin. E ameaça levar o caso à CPI dos Bingos. Tô nem aí – O PSDB baiano está irredutível no apoio ao pedetista João Durval ao governo e na manutenção da candidatura de Antônio Imbassahy para o Senado. Nem a intervenção da direção nacional do partido mudará o cenário, avisam os caciques locais. Não tem conversa – Os tucanos dizem que conseguiram para Alckmin um outro palanque no estado, com o apoio do prefeito da capital, João Henrique. E que o grupo de ACM quer asfixiar a candidatura de Antônio Imbassahy ao Senado, o que o partido não aceita. Apoio vitaminado – O impacto da adesão maciça da microrregião de Osasco à pré-candidatura de Aloízio Mercadante ao governo pode ser medido em números: nas prévias que escolherão o candidato do partido, a região responde por 9% dos votos. Raro desprendimento – O PT definiu o apoio ao ex-presidente do STJ Édson Vidigal (PSB) para o governo do Maranhão. É um dos primeiros estados em que o partido de Lula abre mão da cabeça de chapa em prol de um aliado. O partido terá a vice da chapa, a deputada estadual Terezinha Fernandes.

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TIROTEIO

* Da pré-candidata à Presidência Heloísa Helena (PSol-AL) sobre o resultado da sindicância da Caixa Econômica Federal a respeito da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa:

– É mais uma manifestação do banditismo de Estado. Se escondem nas brechas da lei para produzir o crime sem culpados, quando os próprios funcionários já admitiram seu envolvimento na violação.