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Em uma entrevista a blogueiros, o presidente Lula fez ontem ataques à "mídia antiga" e, ao mesmo tempo, exaltou a liberdade de imprensa. "Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa deste país", afirmou. "Quem tem que julgá-los [jornais e revistas] não sou eu, que não vou ficar xingando", completou. "Eles pensam que o povo é massa de manobra como era no passado, eles se enganam. O povo está mais inteligente, mais sabido."

Lula confidenciou que, após deixar o governo, pretende retomar o debate sobre a crise política de 2005. "Quando eu desencarnar da Presidência, vou resgatar essa questão do mensalão no Brasil com muita profundidade", afirmou. O presidente demonstrou não estar satisfeito com os esclarecimentos sobre o caso que atingiu o Planalto e o PT no terceiro ano do primeiro mandato, avaliou o blogueiro que relatou a declaração dele.

Na entrevista no Palácio do Planalto, Lula disse que poderá ser "tuiteiro" ou "blogueiro". Ele não deixou de fazer críticas pesadas contra jornais e revistas. "Eu parei de ler revista, eu parei de ler jornal, por isso eles ficam nervosos", afirmou. "Mas pode ficar certo que trabalho com muita informação, mas não preciso ler o que eles escrevem", completou.

No momento em que os blogueiros classificavam os veículos de comunicação de "velha mídia" e "PIG" (Partido da Imprensa Golpista), Lula, porém, tentava diminuir o tom das queixas e críticas. O presidente disse que era preciso entender a "correlação de forças" na sociedade, atuando como uma espécie de pêndulo na discussão. O presidente disse ainda que é favorável ao controle do capital estrangeiro na gestão dos veículos de comunicação.

A maioria dos entrevistadores faz blogs voltados para debates sobre imprensa. A proposta de regulação das comunicações foi o tema predominante na entrevista. Em oito das 14 ocasiões em que fizeram perguntas, os entrevistadores aproveitaram para fazer críticas contra jornais, revistas e tevês. Cinco perguntas foram sobre imprensa. Também foram feitas perguntas sobre o Plano Nacional dos Direitos Humanos, o massacre do Araguaia nos anos 1970, o racismo nas escolas, a reforma política, as nomeações de ministros para o Supremo Tribunal Federal, a privatização da Eletrobrás, a operação Satiagraha, as eleições no Acre e a Previdência.

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