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A Assembleia Legislativa instalou oficialmente ontem a Comissão Parlamentar de In­­­quérito (CPI) das Massas Falidas, que são o patrimônio que restou de uma empresa falida e que, em tese, deveria ser usado para ressarcir os credores. De acordo com o presidente da CPI, Fábio Camargo (PTB), o objetivo das investigações é esclarecer "golpes aplicados no estado", que prejudicaram trabalhadores e a arrecadação para o caixa do poder público pa­­­ranaense.

O deputado afirmou ontem que a comissão já reuniu indícios suficientes que apontam a existência de falências fraudulentas no estado. Segundo Camargo, os valores envolvidos no esquema ultrapassariam a casa dos bilhões de reais. "Tra­­ta-se de uma verdadeira quadrilha especializada nisso", afirmou. "Há toda uma estrutura montada em torno de alguns escritórios de advocacia na capital que cuidam apenas de interesses pessoais e não têm qualquer intuito que as falências sejam liquidadas."

Motivos

De acordo com o advogado especialista em falências Jorge Au­­gusto Casagrande, que vai prestar assessoria à CPI, é preciso esclarecer os motivos de inúmeras falências não estarem sendo liquidadas no Paraná. "Há várias hipóteses: ineficiência do Ju­­­diciário, processos parados nos cartórios, ingerência dos donos das empresas. Fato é que algo está ocorrendo e, se envolver corrupção, isso precisa ser apurado", disse. "Há casos, por exemplo, de administradores que praticam seguidos golpes, abrindo sete, oito empresas. Se eles fossem parados no primeiro golpe, os trabalhadores não seriam prejudicados nem o fisco do estado."

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