O Ministério Público do Ceará e a polícia apuram a morte de uma aposentada de 53 anos que dependia de um aparelho elétrico para sobreviver. Maria Luíza Bezerra da Silva morreu em casa depois que a Coelce, a companhia de energia elétrica do estado, cortou a luz por falta de pagamento.
Segundo a família, a aposentada já tinha sofrido duas paradas cardíacas, tinha uma lesão no cérebro e respirava com a ajuda de um aparelho que ajudava a retirar o excesso de secreção de saliva acumulado na garganta.
Ela ficou seis meses internada em um hospital e, há dois meses, foi para casa. Na ocasião, os médicos disseram que a solução para melhorar o quadro clínico seria levá-la para casa para que a aposentada passasse mais tempo com os filhos e netos.
Equipamento emprestado
O Hospital Waldemar de Alcântara emprestou, de graça, o equipamento elétrico. Em dois meses, as contas de luz somaram mais de R$ 200. Como a aposentada não conseguiu pagar, a Coelce determinou o corte. A família afirma que entregou um atestado aos funcionários da companhia, mas, mesmo assim, a luz foi cortada. Depois da interrupção do fornecimento, Maria Luíza ficou viva por nove horas. Ela morreu em 4 de maio, dia do seu aniversário.
A família aguarda o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos. Com o documento, os parentes querem entrar na Justiça contra a Coelce.
Cadastro
A companhia informou que tem um cadastro dos clientes que usam aparelhos elétricos essenciais à vida. Nesses casos, o serviço não é interrompido se houver inadimplência. De acordo com a Coelce, o nome de Maria Luíza não estava incluído nessa lista. A companhia deve apurar o fato.
A Coelce diz que, para ser incluído nesse cadastro, o consumidor tem que apresentar laudos médicos que comprovem a necessidade de equipamentos elétricos.
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