Atualizado em 20/09/2006, às 18h55
Por falta de quórum, o relatório do senador Jefferson Peres (PDT-AM) no processo por quebra de decoro contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) não foi lido nesta quarta-feira. É necessária a presença de pelo menos oito senadores para a abertura dos trabalhos e votação no Conselho de Ética, mas só havia quatro no colegiado. Com isso, somente no dia 4 de outubro, depois das eleições, é que o relatório será apreciado pelo Conselho.
PSDB e PFL, que na terça-feira ocuparam a tribuna do Senado para exigir ética do governo federal, não compareceram porque, segundo o presidente do Conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), avisaram que estariam no Rio de Janeiro para o lançamento do programa de governo do tucano Geraldo Alckmin. Jefferson Peres lamentou a falta de quórum.
- É lamentável que não consigamos reunir oito senadores para discutir um assunto tão importante para a Casa - disse.
Suassuna, que durante todo o processo evitou declarações à imprensa, disse em entrevista coletiva que gostaria que o processo tivesse sido apreciado na sessão desta quarta-feira, mas poupou PSDB e PFL de críticas.
- Eles têm mais que justificativa para não estar. As eleições atrapalham muito.
Suassuna também aproveitou para criticar a família Vedoin, a quem classificou de "vendedores de dossiê".
Suassuna é um dos três senadores acusados de envolvimento com o esquema de compra superfaturada de ambulâncias por meio da liberação de emendas ao Orçamento, que ficou conhecido como máfia dos sanguessugas.
Em depoimento ao Conselho de Ética, nesta quarta-feira, Valdir Piran negou ter negociado o automóvel Fiat Ducato que foi utilizado pelo senador Magno Malta (PL-ES). Reafirmou que seu irmão Valcir realizou essa negociação e que ele mesmo não fez nenhum acerto relacionado ao automóvel. Valdir alegou conhecer os Vedoin e admitiu que sua empresa de factoring pode ter negociado com os acusados.
Também em depoimento ao Conselho de Ética, o deputado Lino Rossi (PP-MT) inocentou Magno Malta de ter recebido um veículo Fiat como propina para a liberação de emenda para compra de ambulâncias superfaturadas. No entanto, o relator do processo, senador Demóstenes Torres (PFL-GO), disse que Rossi não é uma boa testemunha e que caiu em diversas contradições.
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