A falta de quórum que impediu a aprovação do projeto que proíbe denúncias anônimas reacendeu as críticas dos próprios deputados contra os colegas que não comparecem nas sessões às quintas-feiras. O presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), disse considerar um "absurdo" a ausência do próprio autor da proposta, Ademar Traiano (PSDB), e prometeu colocar em votação temas polêmicos sem aviso prévio, nos dias em que a maioria dos deputados está viajando.

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O desabafo foi feito como resposta à cobrança do deputado Tadeu Veneri (PT), que reclamou da pressa na votação do projeto e chegou a apresentar um requerimento pedindo o adiamento da votação por cinco sessões. O requerimento foi derrubado e recebeu apenas quatro votos favoráveis: os de Rosane Ferreira (PV), Edson Praczyk (PRB), Professor Luizão (PT) e do próprio Veneri – um indicativo de que o projeto seria aprovado com folga.

A proposta recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na terça-feira e, dois dias depois, quase foi à votação.

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"Vários deputados tinham viagem marcada para o interior e tiveram que se ausentar", justificou o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que tentou por telefone chamar alguns deputados para reunir quórum para aprovar a mensagem.

O deputado Jocelito Canto (PTB) chegou a sugerir o fim das sessões matinais das quintas-feiras e o desconto nos salários dos faltosos. "É ridículo discutir uma lei quando nem o autor está no plenário", disse.

O presidente Nelson Justus garantiu que vai manter as sessões nos quatro dias da semana (de segunda a quinta) e não tem obrigação de saber se o autor estará presente ou não no dia da votação. "Se o tema é polêmico, não importa. Vai ir a plenário em qualquer dia", avisou. A pauta de votações, segundo ele, é feita na véspera da sessão e a obrigação dos deputados é comparecer.

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