Defesa de Youssef diz que corrupção partiu de políticos e da estatal
A corrupção na Petrobras investigada pela Operação Lava Jato partiu de políticos e de dirigentes da própria estatal para servir a um projeto de poder do PT e de dois partidos da base aliada, o PP e o PMDB. O doleiro Alberto Youssef tinha um papel acessório nesse processo. Essa é a essência da defesa do doleiro, enviada ontem à Justiça Federal do Paraná pelo advogado Antonio Figueiredo Basto.
Segundo ele, a liderança dos esquemas de fraude era exercida por políticos e agentes públicos, e não pelo doleiro, ao contrário do que apontam procuradores, policiais e o juiz federal Sérgio Moro.
"O Alberto nunca atuou para corromper. Ele nunca corrompeu o Paulo Roberto Costa. A corrupção veio de dentro da Petrobras", disse, referindo-se ao ex-diretor da estatal, que também foi preso e hoje está em prisão domiciliar após ter feito um acordo de delação premiada. "Eu não estou dizendo que o Alberto é anjo, mas ele só cuidava da última fase do processo, que é lavagem de dinheiro."
Segundo os depoimentos no âmbito da delação premiada de Costa e de Youssef, os três partidos ficavam com um porcentual sobre o valor dos contratos com a estatal que variava de 1% a 3%. Para a defesa, o trabalho do doleiro dependia de um tripé formado pela Petrobras, políticos e empreiteiras e "tinha uma importância menor".
Folhapress
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, afirmou ontem que a "falta de reação institucional" frente aos crimes cometidos por empreiteiras e seus executivos impede que os presos na sétima fase da investigação sejam libertados.
Questionado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o motivo por que três executivos e um funcionário da construtora OAS continuam presos, Moro afirmou que a única maneira segura de tirá-los da cadeia seria suspender todos os contratos da empresa, não só com a Petrobras, mas "com todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, em todos os três âmbitos federativos".
"Somente dessa forma, ficaria afastado, de forma eficaz, o risco de repetição dos crimes", diz o magistrado no documento.
O juiz ressalva que a suspensão dos contratos não é de interesse nem mesmo da OAS e, por esse motivo, não é possível que os presos sejam libertados.
Os funcionários da empreiteira que ainda estão presos são José Adelmário Pinheiro Filho (presidente) e Mateus Coutinho de Sá (diretor financeiro), Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da área internacional) e José Ricardo Nogueira Breghirolli (responsável por distribuir o dinheiro).
Crimes
No trecho que fala sobre a "falta de reação institucional", o juiz federal Sérgio Moro afirma ainda que "a prática sistemática e duradoura de graves crimes contra a Administração Pública mina a confiança da sociedade na integridade da lei e da Justiça".
"Os problemas se avolumam e os custos para sua resolução se tornarão cada cada vez maiores", completa o magistrado.
Em outro trecho do documento, Sergio Moro afirma que a corrupção na Petrobras, "lamentavelmente", acontece há muitos anos. O juiz da Lava Jato cita ainda "a existência de um quadro de corrupção e de lavagem de dinheiro sistêmico".
Empreiteira alega ter sido alvo de 'achaque'
Estadão Conteúdo
A defesa do empresário Sérgio Cunha Mendes, vice presidente da empreiteira Mendes Júnior, pediu sua absolvição sumária à Justiça Federal no Paraná sob alegação de que ele foi vítima de "achaque". Para assegurar contratos com a Petrobras, Sérgio Mendes teria sido obrigado a repassar valores ilícitos para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa "com o auxílio" do doleiro Alberto Youssef, segundo a defesa.
Costa e Youssef, personagens centrais do esquema de corrupção da Lava Jato, fizeram delações premiadas. A tese da defesa da Mendes Júnior foi apresentada à Justiça Federal em resposta à acusação do Ministério Público Federal.
Investigação
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, no período de 2004 a 2014, o vice presidente e outros executivos da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A teriam praticado crime de corrupção ativa "pois teriam prometido vantagens indevidas ao então diretor de Abastecimento da Petrobras [Paulo Roberto Costa], para determiná-lo a praticar, omitir e retardar atos de ofício".
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