Após quase 56 horas de tensão no Jardim Novo Campos Elíseos, em Campinas, a família que era feita refém por um assaltante foi libertada, por volta das 20h. Os últimos a deixar a casa onde estavam presos foram Mara Silvia de Souza, de 29 anos, e o filho dela, de 7 anos. O filho mais velho, Vitor, de 10 anos, tinha sido libertado por volta das 19h10 desta quinta-feira e o caçula, Murilo, de 4 anos, na terça-feira, na troca por um colete à prova de balas. Ninguém ficou ferido. As duas crianças e a mãe libertadas hoje foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e encaminhadas para o Hospital Mário Gatti.

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A polícia estava negociando a rendição do seqüestrador, Gleison Flávio de Sales, de 23 anos, quando entrou na casa. Gleison, que negociava sair amarrado a uma pessoa da família dele, acabou disparando acidentalmente a arma, o que fez a polícia invadir a casa. O seqüestro começou por volta do meio-dia de terça-feira. Segundo os policiais, o último pedido do seqüestrador foi um celular para conversar com a mãe.

A polícia divulgou a identidade real do bandido nesta tarde. O rapaz, que foi inicialmente identificado como Felipe e depois como Ivanildo, também é conhecido como Madruga. Ele tem 23 anos de idade, é foragido do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas-Hortolândia e responde por três tentativas de homicídio e um homicídio consumado. Segundo a polícia, ele já está com a prisão preventiva decretada.

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Desde 16h30 desta quinta, a polícia contava com a ajuda de uma mulher, identificada inicialmente como ex-namorada do Sales, nas negociações. A presença dela atendia a um pedido de Madruga, que queria um mediador para negociar uma possível rendição. (Veja imagens do caso) .

A polícia esperava que o desfecho do caso fosse rápido, mas a tensão só aumentou com o passar do tempo. No início, a polícia acreditava que Sales tinha apenas passagem por pequenos furtos e descobriu depois que o bandido tinha um perfil mais perigoso do que se pensava inicialmente. Nesta manhã, ele propôs trocar cigarros e água por crianças, mas depois recuou. O telefone fixo da casa também foi cortado.

A madrugada desta quinta-feira foi de apreensão na casa da Rua Cneo Pompeo de Toledo, no Jardim Novo Campos Elíseos. Por volta das 0h30m, segundo o frentista Isvaldo Oliveira, pai das crianças, o criminoso pediu aos policiais dois extintores e as chaves do carro da família para fugir. Os policiais chegaram a entregar os extintores, mas o bandido voltou atrás. A conversa foi suspensa uma hora depois.

Cerca de 50 policiais militares e do Corpo de Bombeiros participaram do cerco ao local, mas a casa onde o seqüestrador estava com as vítimas ficava nos fundos de outra residência, o que dificultou a visualização dos policiais.

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