Parentes de duas das três vítimas que morreram no sábado durante tumulto na sessão de autógrafos da banda pop mexicana RBD, formada por seis jovens atores da novela 'Rebelde', afirmaram neste domingo que entrarão na Justiça contra os organizadores, a gravadora EMI e o Extra Hipermercado. A família da terceira vítima-a comerciante Cláudia Cristiane Oliveira Souza, de 38-diz não ter decidido ainda que medidas irá tomar. No tumulto, pelo menos 30 pessoas ficaram feridas.

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Cláudia foi enterrada no Cemitérios Dom Bosco, em Perus, na zona norte de São Paulo. A estudante Jennifer Xavier Mattos, de 11 anos, no Parque das Cerejeiras, no Jardim Ângela, na zona Sul da capital. E Fernanda da Silva Pessoa, de 13, em Parelheiros, também na zona sul.

No velório de Jennifer havia cerca de 100 pessoas, entre amigos e familiares.

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- Não podemos deixar que uma desgraça dessa aconteça. Vamos contratar um advogado - disse Marcos Roberto Mattos, de 30 anos, tio da menina.

Ela foi levada ao evento pela segurança Valdete Guerra, de 34 anos, que também levou sua filha e duas amigas.

- As famílias de todas as vítimas precisam se unir e processar mesmo.

Os pais de Jennifer, Andrea e João Oliveira Mattos, estavam inconformados.

- Minha filha não saía de casa para ir a shows. Ela pediu muito. Por isso deixamos - disse o pai.

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Jennifer foi a última vítima fatal do tumulto a ser identificada no sábado. A segurança Valdete contou que a mãe não reconheceu a filha na primeira ida ao hospital.

- O rosto da Jennifer estava muito machucado, irreconhecível.

No enterro de Claudia, cerca de 150 pessoas lotaram o Cemitério Dom Bosco. Apesar da revolta, a família ainda não decidiu o que fazer.

- Alguém agiu com imprudência e nós queremos analisar bem o caso antes de tomar uma decisão. É um caso delicado. Envolve duas crianças que vão ficar sem mãe - afirma Antonio Carlos Albertini Junior, advogado e sobrinho de Claudia.

Já o enterro da adolescente Fernanda foi marcado por um profundo silêncio. Cerca de 80 pessoas, entre familiares e amigos, não se conformavam com a morte da menina, caçula dos cinco irmãos, que sonhava em ser cantora.

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- Ela ia fazer aulas de música. É triste saber que seu sonho não se realizará - disse a irmã Gabriela, de 19.

A mãe, Maria de Lourdes da Silva, de 45, contou que a filha passava a última semana de férias na casa da irmã.

- Ela não ligou pedindo para ir porque sabia que eu não autorizaria.

Maria chegou a ir ao local do tumulto.

- Pensei que ela estaria sentada num canto, chorando. É revoltante a irresponsabilidade dos organizadores. Vou processá-los.

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