As famílias dos 23 policiais militares mortos nos ataques do crime organizado a São Paulo na semana passada podem entrar na Justiça para pedir indenização do estado por danos morais. A Defensoria Pública informou nesta terça-feira que o plantão para atendimento de familiares de vítimas, aberto no Fórum Criminal da Barra Funda, atenderá também parentes de policiais civis ou militares mortos em confronto.
- Há em curso apuração do Ministério Público para verificar se houve negligência por parte do Estado. Os policiais disseram que não foram alertados sobre a possibilidade de ataques e, portanto, não puderam se precaver - afirmou o defensor Pedro Gibert.
O pedido de indenização está sendo estudado também pela assessoria jurídica da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A entidade encaminhou ofício ao governador Claudio Lembo pedindo que seja estendido aos familiares dos policiais mortos fora de serviço o direito ao seguro, no valor de R$ 100 mil, e recebimento de pensão equivalente a 100% do salário. As mortes fora de serviço dão direito à pensão menor, equivalente a 75% do salário.
Dos 23 policiais militares mortos nos confrontos com o crime organizado na semana passada, apenas nove estavam em serviço.
- Eles foram atacados porque eram policiais. Um deles foi morto dentro de uma van. Ele estava trabalhando para o pai em Guarulhos. Os bandidos mandaram os passageiros descer e o mataram - disse Wilson Moraes, presidente da Associação.
A Associação de Cabos e Soldados entrou também com representação no Ministério Público para responsabilizar os secretários Saulo de Castro Abreu Filho, da Segurança Pública, e Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária, pelos ataques a policiais no estado. A representação será analisada diretamente pelo procurador-geral Rodrigo Pinho, a quem caberá decidir se arquiva a representação ou encaminha para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
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