Brasília (AE) A CPI dos Correios deverá fazer um levantamento em cartórios de todo o país para confrontar as identidades das pessoas que tiveram operações bancárias vultosas com o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do esquema do "mensalão", e com as agências SMP&B Comunicação e DNA Propaganda. O anúncio foi feito ontem pelo relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), depois da descoberta de que o nome de uma pessoa morta foi usada para sacar alta quantia em dinheiro vivo de uma das contas da agência SMP&B no Banco Rural, em Belo Horizonte.
A revelação foi feita em reportagem publicada pelo jornal "O Globo". O ferroviário mineiro Jonas de Pinho morreu em dezembro de 1999, mas aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), enviado à CPI, como responsável por um saque de R$ 152,6 mil em espécie feito na conta da SMP&B em 16 de julho de 2003. Três anos depois da sua morte, o CPF do ferroviário foi usado para fazer o resgaste do dinheiro, que teve como justificativa o uso dos recursos para pagamento de folha de pessoal.
Reconvocação
Para boa parte dos integrantes da CPI, a confirmação da existência de um fantasma em meio à movimentação financeira milionária das agências SMP&B e DNA reforçou a necessidade de reconvocação de Marcos Valério para novo depoimento. "A situação dele só se agrava", disse Serraglio.
A maioria das pessoas identificadas no relatório do Coaf sobre os saques em espécie de R$ 20,9 milhões feitos em 2003 e 2004 nas contas da SMP&B e DNA Propaganda são, além do próprio Marcos Valério, funcionários e diretores das duas agências.
Mas há sacadores com outros tipos de vínculos. Uma das pessoas relacionadas pelo Coaf é Benoni Nascimento de Moura, empregado da corretora de títulos Bonus-Banval, onde também trabalha uma filha do deputado José Janene (PP-PR). Benoni fez um saque de R$ 255 mil.
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