Favorito para a disputa pela Presidência da Câmara em 2015, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), pode enfrentar um racha no PR, um de seus principais aliados. Parlamentares da bancada PR discutem uma reaproximação com o Palácio do Planalto e, como consequência, a saída do blocão da Câmara, que é comandado pelo peemedebista que enfrenta resistência do governo para comandar a Casa.
O racha no PR é motivado pela expectativa da reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato. Parte dos deputados avalia que o entendimento com Cunha enfraquece o partido para a definição de espaço na Esplanada dos Ministérios.Os deputados da legenda se reúnem na noite desta terça (11) num jantar para discutir uma posição para a sucessão no comando da Câmara.
As tratativas com Cunha estavam sendo encaminhadas pelo líder da bancada, Bernardo Vasconcelos (MG), que não estará na Câmara no ano que vem. Cotado para retomar a liderança da bancada em 2015, o deputado Lincoln Portela (MG) disse que não há consenso no partido. A sigla terá 34 deputados no ano que vem. "A presidente pregou o diálogo. Agora, vamos ouvir o governo e qual a proposta para a Presidência da Câmara. Ainda não temos posição fechada e acho que é prudente esperar um pouco", afirmou Portela.
A três meses da posse do novo Congresso, Cunha começou a costurar na semana passada oficialmente sua candidatura para a presidência da Câmara. Em meio às resistências do Planalto, o peemedebista reuniu líderes do PR, PTB, PSC e Solidariedade e solicitou a consulta formal aos parlamentares dessas legendas para apoio e consolidação de sua campanha.Esses partidos terão 152 dos 513 deputados no ano que vem. Juntando esse número aos 120 parlamentares de DEM, PSDB, PPS e PSB, o blocão avalia que impediria o PT de construir maioria.
Consultas
O líder do PSC, Andre Moura (SE), disse que a tendência é que a bancada feche com Cunha. Ele fez consultas individuais mas deve ouvir os novos deputados da bancada na próxima semana para formalizar apoio.
O PTB e o Solidariedade também devem dar aval à candidatura de Cunha. A estratégia do peemedebista continua sendo uma ação para isolar o PT aproveitando o desgaste do partido com os demais diante da defesa do governo Dilma e de matérias contrárias ao interesse da Casa.
Incomodado com a ação do PMDB, o PT decidiu lançar candidato próprio para a disputar a Presidência da Casa. O nome deve ser discutido nesta quinta-feira (14) num seminário com ministros e deputados do partido.