Senadores paranaenses querem Renan cassado
Se depender dos três senadores paranaenses, Renan Calheiros (PMDB-AL) será cassado. Nenhum deles, porém, arrisca um resultado para a votação. O trio reflete a ansiedade dos demais colegas e se posiciona contra a realização do pleito em sessão secreta.
Apenas Osmar Dias (PDT) evita declarar abertamente o voto. Já Alvaro Dias (PSDB) segue as ordens da executiva nacional do partido, que decidiu ontem fechar questão contra o presidente do Senado. "Esperamos que todos os nossos 12 senadores sigam essa definição", declarou o tucano. Leia matéria completa
Foi fechada às 12h08 a sessão no plenário do Senado em que será votado o pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de usar recursos de um lobista para pagar despesas pessoais.
A determinação é do primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que solicitou que o públicio deixasse o plenário. Permanecerão apenas os senadores, os deputados, dois servidores do Senado e o advogado de Renan.
No início da sessão, Tião Viana fez um protesto contra a decisão do Supremo Tribunal Federal de permitir a presença de 13 deputados na sessão secreta em que vai ocorrer a votação do pedido de cassação de Renan.
Viana disse que não tem poder para punir os deputados, que, eventualmente, filmarem ou gravarem a sessão, o que foi expressamente proibido aos senadores.
Briga
Os senadores manifestaram repúdio à confusão em frente ao plenário entre deputados e seguranças do Senado. Os deputados federais autorizados pelo Supremo Tribunal Federal a assistir à sessão secreta em que será votada a cassação do mandato de Renan Calheiros trocaram socos e empurrões com seguranças no momento em que tentavam entrar na sessão secreta no plenário do Senado. Como foram barrados pelos seguranças, houve confusão. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) partiu para o confronto com os seguranças.
O tumulto ocorreu minutos depois do primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana, ter anunciado que seria cumprida a decisão do Supremo que permite o acesso de 13 deputados federais à sessão secreta.
A sessão, no plenário do Senado, estava marcada para 11h, mas Tião Viana tentou adiá-la para 14h30 para que um recurso fosse apresentado ao Supremo para impedir a presença de deputados federais na sessão que selará o futuro político de Renan Calheiros.
Contudo, após reunião da Mesa Diretora, composta por sete integrantes, foi confirmado que a decisão do Supremo Tribunal Federal será cumprida e 13 parlamentares poderão assistir à sessão secreta.
Discurso de defesa
O discurso de defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem 14 minutos. Ele foi lido por volta da 1h da manhã desta quarta-feira (12) para seu fiel aliado, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que foi à residência oficial da presidência do Senado para um encontro com Renan.
É uma defesa política, onde Renan declara inocência e pede a absolvição aos colegas, disse Wellington Salgado. "O Renan passou a noite, a madrugada e a manhã de hoje fazendo o que faz de melhor: articular", completou.
O restante do tempo a que tem direito a defesa de Renan será usado pelo advogado Eduardo Ferrão, que disse ao G1 que fará uma defesa técnica. "É o que sei fazer", disse o advogado.
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