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Com os depoimentos de Renilda, mulher de Marcos Valério, e de Simone Vasconcelos, funcionária da SMP&B, a CPI dos Correios espera comprovar nesta semana o mensalão. Renilda será questionada sobre a origem dos recursos. Simone, sobre quem recebia o dinheiro.

Contra a parede – Com a ajuda da Receita, a estratégia para pressionar os sacadores não-parlamentares está traçada: quem não apontar o destinatário do dinheiro sofrerá uma devassa do Leão. A promessa é de multas pesadas.

Na mira – O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), teme estar sob investigação da Abin. Pessoas estranhas têm rondado e fotografado sua casa e a loja de sua mulher.

Suspeita de espionagem – Integrantes da CPI dos Correios, entre eles o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), pensam em pedir varreduras em seus telefones celulares e nos computadores dos técnicos da comissão.

Imagem em xeque – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está preocupado com o andamento das CPIs já instaladas. Ele acha que as investigações continuam a reboque da imprensa. E vê também um grande risco de as três comissões baterem cabeça.

"Eu agarântio" – Piada que circula nos bastidores da CPI dos Correios: quem treinou Sílvio Pereira e Delúbio Soares para o depoimento de ambos na comissão foi Seu Creysson, personagem do humorístico Casseta & Planeta.

Plágio descarado – Para os membros da CPI, Delúbio e Marcos Valério copiaram a estratégia de Roberto Jefferson: assumir a parte menos comprometedora para escapar da punição. "Só que eles não têm metade da inteligência do Jefferson", diz um governista.

Caldo de galinha – Apesar das negativas dos advogados, Marcos Valério temia vir a ser preso, na semana atrasada, em Belo Horizonte. O receio explicaria o lobby articulado para apressar a subida das investigações para o STF.

Crédito no banco – Nos dois anos em que o ex-tesoureiro do Banco Rural em Brasília José Francisco Rego testemunhou os saques vultosos do suposto mensalão, não viu nenhum recebedor conferir o dinheiro antes de colocá-lo em bolsas. Eles apenas diziam: "Vim pegar uma encomenda".

Vai que é sua – Com o agravamento da crise e as denúncias concentradas sobre o PT, o prefeito do Recife, João Paulo, recolheu o bloco e desistiu de se candidatar ao governo de Pernambuco. A disputa no PT local, antes congestionada, corre o risco de se encerrar por falta de candidato.

Piloto de testes – Com a indefinição no PT, o governador Jarbas Vasconcelos testa nomes à sua sucessão. Além dos pré-candidatos Sérgio Guerra (PSDB) e Mendonça Filho (PFL), incentiva pesquisas com Marco Maciel (PFL), Roberto Magalhães (PSDB) e seu secretário Raul Henry (PMDB).

Mãos à obra – A ala governista do PMDB já cobra dos ministros recém-empossados que trabalhem para ajudar na eleição do novo líder da bancada na Câmara, em agosto. A avaliação é que seria desmoralizante perder para os oposicionistas, agora que o partido está com três pastas.

Outro lado – Raul Pont, candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre em 2004, diz que a contribuição do Banco BMG à sua campanha eleitoral foi escriturada e consta na prestação de contas enviada ao TSE. Ele alega que candidatos de outros partidos também receberam doações do banco.

Tiroteio

* De David Fleisher, professor de ciência política e conselheiro da Transparência Brasil, sobre Lula dizer que a elite brasileira não o fará baixar a cabeça:

– É uma estratégia antecipada de campanha para resguardá-lo se surgir algum documento que possa comprometê-lo.

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