Universidade cearense: curso terá vaga prioritária para militantes do MST| Foto: Talita Rocha/Jornal O Povo

Fortaleza - A Universidade Federal do Ceará (UFC) vai oferecer, a partir de janeiro, o primeiro curso de Jornalismo no Brasil voltado para militantes e assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O curso, segundo a coordenadora de pós-graduação do Curso de Comunicação Social da UFC, Márcia Vidal Nunes, já foi aprovado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pro­­nera), do Ministério do Desen­­volvimento Agrário. O Pronera conduz a política de educação no campo do governo e vem sendo desenvolvida desde 1998 em áreas de reforma agrária.

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No Ceará, o Pronera é desenvolvido há 11 anos em parceria com a UFC e a Universidade Estadual do Ceará (Uece). Além de Jornalismo, os assentados do MST já contam com cursos de educação para jovens e adultos a partir dos 15 anos, com conteúdo programático do 1.º ao 4.º ano do ensino fundamental, e de escolarização, que compreende o nível médio. Se­­gundo os coordenadores, a ideia é fortalecer o mundo rural como território de vida em todas as suas dimensões: econômicas, sociais, ambientais, políticas, culturais e éticas.

No nível superior, são oferecidos cursos de Pedagogia da Terra, e de pós-graduação, o Residência Agrária, com participação de graduados de Ciências Agrárias e de Engenharia de Pesca, além de técnicos ligados aos movimentos sociais. O objetivo é qualificar profissionais para a atuação nos programas de assistência técnica, social e ambiental do Instituto Na­­cional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

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De acordo com Márcia Vidal, serão oferecidas 60 vagas por ano, com prioridade aos militantes do movimento. O curso de Jornalismo do MST terá duração de quatro anos e o acesso será feito através de vestibular. As aulas serão ministradas pelos professores do curso de Comunicação Social da UFC. Além das disciplinas comuns ao curso de Jornalismo, haverá outras específicas direcionadas à questão agrária. Parte das aulas serão na universidade e outra parte nas comunidades de assentados do MST.