Dilma pretende ofertar cargos importantes para partidos que até agora eram secundários em troca de votos contra o impeachment.| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

As negociações para o novo ministério de Dilma Rousseff (PT) estão a todo vapor em Brasília, e vão levar em conta a matemática básica: PP, PR, PSD e PTN têm, juntos, 135 deputados na Câmara dos Deputados, o dobro da bancada do PMDB. O Planalto pretende ofertar cargos de primeira linha para legendas até agora secundárias em troca de votos garantidos contra o impeachment da presidente. Por causa desses cálculos, mesmo legendas nanicas, como Pros, PHS, PEN e PTdoB podem ser agraciadas com pastas, verbas e cargos.

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Apesar do desejo de seis ministros do PMDB permanecerem em seus cargos, Dilma pretende repassar pelo menos três cadeiras a outras legendas, que garantam apoio incondicional à presidente. Estariam garantidos Kátia Abreu (Agricultura), Hélder Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). Seriam demitidos Marcelo Castro (Saúde); Mauro Lopes (Aviação Civil) e Minas e Energia (Eduardo Braga). O único peemedebista que deixou o ministério após a decisão da legenda em romper com o governo foi Henrique Alves, do Turismo.

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Dilma, que desde o primeiro mandato teve dificuldades nas negociações com o Congresso, iniciou o segundo mandato com o maior “loteamento” do ministério na história recente. Em 2015, 11 siglas estavam representadas na Esplanada, superior ao número registrado nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (10) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Mas esta é a primeira vez em que o PMDB, o maior partido brasileiro, rompe com o governante da vez. Isso abre as portas para a entrada dos partidos nanicos.

Além das pastas, outra moeda de troca do Planalto serão as emendas individuais. Apesar do novo contingenciamento de R$ 21,2 bilhões no Orçamento, previsto em decreto publicado na quarta-feira (30), a rubrica destinada aos parlamentares não sofreu cortes. A reserva para emendas individuais permanece inalterada em R$ 6,6 bilhões. Praticamente todas as pastas sofreram cortes, como Educação (-R$ 4,1 bilhões), Defesa (-R$ 2,6 bilhões) e Saúde (-R$ 2,3 bilhões).

Bancadas

O número de deputados das siglas que podem ganhar mais espaço no ministério são os seguintes: PP - 49; PR - 40; PSD - 33; PTN - 13; Pros - 5; PHS - 7; PEN - 2; PTdoB - 3.

Os partidos que atualmente contam com representação na Esplanada são: PT (Comunicação Social, Cultura, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Educação, Relações Institucionais, Cidadania, Secretaria de Governo, Trabalho e Previdência); PMDB (Agricultura, Aviação Civil, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia, Portos, Saúde); PP (Integração Nacional); PR (Transportes); PSD (Cidades); PCdoB (Defesa); PDT (Comunicações); e PTB (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

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