Na reunião gravada pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que o lobista Fernando Baiano “fez uma calhordice” ao assinar delação premiada e acusar Cerveró de corrupção.
A gravação provocou nesta quarta-feira (25) a prisão de Delcídio, do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, do banqueiro André Esteves e uma ordem de prisão para o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que está no exterior. A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil.
“É uma vergonha o que ele fez! Bicho! Para as oportunidades que o Nestor deu, porra!”, comentou Delcídio. E completou: “Fernando fazer uma calhordice dessa, uma canalhice dessas”.
Ao falar sobre o mesmo assunto, o advogado Edson Ribeiro disse que Sérgio Riera, advogado de Fernando Baiano, “traiu”. Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, concorda: “Sim, ele fez o jogo do Ministério Público, assinou”.
Bernardo comenta que Fernando Baiano já está solto e o advogado também fala sobre o doleiro Alberto Youssef, que fez delação mas continua preso em Curitiba. “Youssef em cada delação que faz, ele melhora a situação dele lá dentro”, disse Edson Ribeiro.
O advogado comentou ainda que Fernando Baiano “segurou para o Eduardo, não botou o nome do Eduardo”, mas não deixa claro se está se referindo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Neste caso, Cunha foi efetivamente citado pela delação do lobista, que disse ter lhe entregue propina.
A defesa de Delcídio disse, em nota na quarta (25), que sua prisão desrespeita a Constituição e questionou a credibilidade do delator.
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