Fernando Soares, o Fernando Baiano, confirmou, no Conselho de Ética, que repassou dinheiro de propina de negócios na Petrobras diretamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e que participou de várias reuniões com o peemedebista. Diz que conheceu Cunha em 2009 e em 2010 conversaram sobre doação de campanha eleitoral, recursos que Cunha teria pedido.
Baiano afirmou que as empresas estrangeiras que representava, como a Samsung, não faziam doações de campanha. Aí, então, segundo ele, Cunha perguntou se não teria como ajudá-lo e Baiano falou da dívida que tinha a recebe do lobista Júlio Camargo, por negócios que intermediou junto a Petrobras.
Baiano afirmou ter uma dívida de US$ 16 milhões de Camargo e pediu ajuda a Cunha para receber. E, assim, Cunha receberia parte desse recurso.
Baiano afirmou que repassou a Cunha R$ 4 milhões e que o acerto do peemedebista com Camargo era que recebesse R$ 7 milhões. Segundo Baiano, em 2014 Cunha ainda tinha dinheiro a receber de Camargo, cerca de R$ 700 mil. Baiano disse que não entregava o dinheiro diretamente a Cunha mas a um funcionário do deputado, no escritório do Rio, de nome Altair. Baiano afirmou que nunca fez depósitos no exterior para Cunha.
“Nunca entreguei [o dinheiro] diretamente a ele [Cunha], mas a pessoas indicadas por ele”, disse Baiano, no conselho.
Baiano deu outra versão de Cunha e afirmou que foi sim na casa do peemedebista. No depoimento à CPI, Cunha negou que tenha recebido visita de Baiano. “Estive na casa dele”, disse Baiano.
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