O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), nomeou Fernando Francischini (PSDB-PR) para relatar a representação contra Valdemar da Costa Neto (PR-SP). Além de ser da oposição, Francischini é delegado da Polícia Federal e participou de grandes operações, como as que resultaram nas prisões de Juan Carlos Abadia, Fernandinho Beira-Mar e do ex-deputado Hildebrando Pascoal.

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A escolha do tucano foi feita por Araújo com base em uma lista tríplice, definida em sorteio. As duas outras opções eram Waldenor Pereira (PT-BA) e Chico Lopes (PC do B-CE). O presidente do Conselho disse ter escolhido o delegado após conversar com os três e observar ser Francischini o que mais teria condições de atuar no caso.

Valdemar foi levado ao Conselho de Ética pelo PSOL e o PPS. Os partidos reuniram denúncias veiculadas pela imprensa que apontam a participação do deputado em reuniões no Ministério dos Transportes nas quais se pedia a empresários o pagamento de propina para a liberação de recursos.

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Consta também no pedido de investigação um vídeo no qual Valdemar negocia a liberação de recursos do ministério para que o deputado Davi Alves Silva Júnior ingresse no PR. A representação também traz um trecho de entrevista de Valdemar a uma rádio de Mogi das Cruzes na qual ele diz "querer" uma diretoria de um banco público para ajudar aliados a liberar verbas. Um aditamento incluiu ainda no escopo da investigação a denúncia de fraudes na "Feira da Madrugada" em São Paulo.

Escolhido, Francischini agora terá de preparar nas próximas semanas um parecer preliminar defendendo a necessidade ou não de se investigar Valdemar. Se a investigação for aberta, o processo pode levar até à cassação do parlamentar. Francischini evita adiantar seu posicionamento, mas classificou como "gravíssimas" as acusações. "Vou atuar com imparcialidade, mas com justiça. Vou buscar provas e oferecer resultados".

Valdemar, por meio de sua assessoria, não quis comentar a escolha. O deputado do PR disse que vai se manifestar diretamente no Conselho quando for o momento adequado. Ele afirma estar seguro de sua inocência. Na época do mensalão, Valdemar renunciou ao mandato para fugir de um processo de cassação. Ele é um dos réus que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal.