O ex- presidente Fernando Henrique Cardoso fez, nesta sexta-feira, duras críticas à falta de fiscalização em convênios do governo com Organizações Não Governamentais (ONG). Em sabatina promovida pelo jornal Folha de São Paulo, onde lançou o livro "A Soma e o Resto", FH disse que o governo deveria ser mais cauteloso no contrato com esse tipo de instituição. Segundo ele, o que está acontecendo é um assalto ao estado.
"O problema não é das ONGs, mas de convênios que não têm fiscalização, não obedecem a lei nenhuma. Estão dando oportunidade para essas ONGs assaltarem o estado. - disse o ex- presidente, em rápida entrevista após o evento. Fernando Henrique preferiu não entrar no debate sobre as denúncias contra o ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel.
Perguntado se a situação de Pimentel poderia ser considerada a mesma enfrentada por Antonio Palocci (ministro da Casa Civil), ele disse que não tinha elementos para tratar do assunto, mas fez uma ressalva: agora, tem que ver o que é consultoria e o que é advocacia administrativa - disse FH, citando a hipótese em que uma pessoa possa ter acesso a informações privilegiadas de um governo.
Sobre o PSDB, do qual faz parte, Fernando Henrique reforçou o discurso que ele tem reiterado nos últimos tempos, de que o partido tem que se estruturar mais. Outro ponto reforçado durante a entrevista foi sua tese em defesa da descriminalização da maconha e do aborto.
Ao lembrar da passagem do livro em que destaca a ausência de pessoas próximas, Fernando Henrique se emocionou ao lembrar do convívio com a mulher Ruth Cardoso, morta em 2008, aos 77 anos.
"Quando se chega a essa altura da vida, eu percebo que sou um sobrevivente. Tenho amigos que conheço a 60 anos, mas a gente vai perdendo muita gente. E aí o coração aperta e para isso não tem solução, não há consolo. Mas quando você tem uma relação forte com uma pessoa, como foi com a Rute, por todos esses anos, essa pessoa não vai embora, toda hora isso volta e você tem que ter essas pessoas dentro de você, como termo de referência. Estou me referindo a Ruth, mas também ao meu pai, à minha mãe e à minha irmã. A vida tem picos e glórias, mas também é difícil e tem que ter um apoio. A Ruth continua sendo um apoio para mim até hoje", declarou.
No momento mais descontraído da sabatina, FH foi perguntado se estava apaixonado pela namorada, Patrícia Scarlat.
"Veja se isso é pergunta. Eu sou um ser humano como todos os outros. Sou um velho de 80 anos, mas estou bem. Agora, sou um líder político e não sou favorável a essa mania de "abrir o jogo". Se eu estou apaixonado ou não é problema meu e ninguém tem nada a ver com isso", disse FH às gargalhadas.
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