Durou cerca de 30 minutos o depoimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nesta quinta-feira (4), na 2ª Vara Criminal Federal. Ele foi foi ouvido, a portas fechadas, pelo juiz Márcio Catapani como testemunha de defesa do presidente do PTB e ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que investiga o suposto esquema de pagamento de propina a deputados em troca de apoio ao governo, que ficou conhecido como mensalão.
O ex-presidente entrou no prédio da Justiça Federal, de carro, por uma garagem geralmente reservada para carros policiais com presos e saiu do local sem falar com a imprensa. Assim como Fernando Henrique, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, também ouvido como testemunha de defesa de Jefferson, saiu sem falar com a imprensa.
O advogado de Roberto Jefferson, Luiz Francisco Côrrea Barbosa, disse que pediu a presença do ex-presidente e do ex-governador como testemunhas de defesa para estes esclarecessem pontos sobre a votação da reforma da Previdência, ocorrida em 2003 na Câmara dos Deputados.
Eu arrolei as duas testemunhas com o propósito de afastar a acusação no que diz respeito a suposto recebimento de dinheiro por causa da votação da reforma da Previdência, explicou o advogado. Ele disse que sua intenção, ao chamar as duas testemunhas, foi tentar comprovar que Roberto Jefferson não recebeu dinheiro para votar pela aprovação da reforma.
De acordo com o advogado, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin teriam confirmado que seu cliente sempre lutou por mudanças na Previdência e que isso era uma antiga posição partidária e de liderança dele.
O juiz Márcio Catapani também ouviu hoje Petter Glazier, testemunha de José Roberto Salgado, acusado de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas, e Irineu Casemiro Pereira e Gelso Aparecido de Lima, testemunhas do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), acusado de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.
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