Paulinho da Força e Aécio Neves acusaram Dilma de não dialogar com o trabalhador| Foto: Moacyr Lopes Júnior/Folhapress
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência

O trabalhador que participou da festa da Força Sindical em comemoração ao Dia do Trabalho, em São Paulo, ficou entre as críticas ao governo Dilma Rousseff e os defensores da presidente. Em discurso, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu um governo para os trabalhadores e não só voltado para o empresariado, em crítica à atual gestão. Cotado para disputar a Presidência em 2014, o tucano ainda acusou o atual governo de ser leniente com a alta da inflação e responsabilizou diretamente Dilma pelo que chamou de "futuro sombrio" na economia.

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"O governo não trata com tolerância zero a inflação. A maior conquista dos brasileiros está sendo colocada em risco pela leniência e a responsabilidade é toda do governo da presidente Dilma (...) O Brasil vive um momento grave na economia e as perspectivas para o nosso futuro são sombrias", disse Aécio, em entrevista, logo que chegou à festa organizada por quatro centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central) na capital paulista.

No palco, o secretário- geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, saiu em defesa da gestão petista e disse que Dilma zela "como uma leoa" pelo controle da inflação. Carvalho, que representava a presidente na festa, ainda afirmou que o governo aceita as observações como "parte do debate", mas questionou a atuação do senador tucano junto aos trabalhadores apenas neste ano."Se o Aécio veio aqui, foi muito bom ele ter vindo. Mas era importante que eles [oposição] tivessem vindo antes, que eles viessem em 1995, 96, 97, 98", comentou, insinuando que os tucanos não se aproximaram dos trabalhadores enquanto estiveram à frente do governo federal.

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Aécio Neves foi colocado como um dos destaques da festa. No palco, permaneceu em primeiro plano, ao centro, por boa parte do ato político, quando os sindicalistas criticaram o governo Dilma pela inflação alta e pela falta de diálogo com os trabalhadores. O deputado Paulinho da Força (PDT-SP) seguiu a mesma linha de Aécio e justificou a ausência da presidente no evento afirmando que ela não teve coragem de participar do ato.

"Nós entregamos em 2010, aqui nesse palco, quando ela teve coragem de pedir voto, uma pauta à presidente Dilma. Lamentavelmente, ela me atendeu nesse período duas vezes. Não teve mais coragem de voltar aqui porque só atende empresários", disse o deputado.

Campos

Longe de São Paulo, o governador de Pernambuco e virtual candidato à Pre­­­sidência, Eduardo Campos (PSB), evitou fazer críticas diretas ao governo federal, no entanto, não deixou de se autopromover. Em Caruaru, no agreste, a 130 quilômetros do Recife, onde visitou um assentamento do MST, Campos afirmou que "quem viver verá" o que ele poderá "fazer mais" pelo Brasil. Ele comentava o uso, pelo PT, do slogan do PSB "é possível fazer mais".