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Cerca de 2, 5 milhões de pessoas participaram da Festa do Dia do Trabalho promovida em São Paulo pelas principais centrais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, segundo cálculos da Polícia Militar. A comemoração virou palanque para ataques e afagos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano eleitoral.

Diante de um público estimado em 1, 5 milhão de pessoas reunidas pela Força Sindical, sindicalistas e políticos discursaram em favor de mais empregos e salários, atacaram a elevada carga tributária e os privilégios aos bancos proporcionados pelos juros altos. Ao comentar o pronunciamento do presidente Lula, no domingo, em comemoração ao 1º de Maio, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, foi irônico.

- Ouvi o presidente e fiquei com a impressão de que, ou está voando muito, ou está no mundo da lua, porque a realidade aqui embaixo é outra - disse Paulinho. - O modelo econômico do governo Lula foi o de agradar os poderosos e dar esmola aos pobres. Não pode ser esse o modelo de desenvolvimento do país.

Logo no começo da festa, por volta de oito horas da manhã, quem foi até lá só tinha uma preocupação: preencher logo um cupom para participar dos sorteios de dez carros e cinco apartamentos. O evento terminou por volta das 18h30, com a presença de vários artistas.

Com o lema "Menos impostos, mais empregos", a Força Sindical colheu assinaturas durante o evento para um projeto de lei, a ser apresentado ao Congresso, estabelecendo a obrigatoriedade de discriminação dos impostos incidentes sobre os produtos. Esta especificação viria no estampada no rótulo da mercadoriaA comemoração da Força foi marcada ainda por muitas manifestações de apoio à Varig.

Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) dedicou seu palanque na Avenida Paulista à reeleição do presidente Lula. Com cerca de 1 milhão de pessoas, e outra série de shows de artista, os sindicalistas não fizeram nenhuma crítica ao governo federal nem à política econômica e pediram à população que reeleja Luiz Inácio Lula da Silva em outubro. Os ataques foram destinados apenas ao PSDB. O palanque não teve membros do governo.

- Assim como os editoriais dos jornais têm defendido os tucanos, nós estamos aqui para defender o Lula. É melhor Lula que qualquer tucano que queira sair candidato- discursou o presidente nacional da CUT, João Felício.

Únicos políticos no palanque, a ex-prefeita Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante, ambos pré-candidatos do PT ao governo paulista, não puderam fazer discursos, mas foram aplaudidos pelo público. O tom político ficou por conta dos sindicalistas e de partidos aliados ao PT.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também não foi ao ato da Força e nem do da CUT alegando que estava com torcicolo. Ele foi apenas à missa do trabalhador celebrada na igreja Matriz de São Bernardo do Campo, ao lado de Lula, onde deu uma rápida entrevista na porta da igreja dizendo que estava com dores e que procuraria um médico.

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